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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A oração da igreja e o trabalho do Espirito Santo



Por Pr. Geraldo Carneiro Filho

Texto Bíblico:Atos 2:42

I – INTRODUÇÃO: 
· Há Igrejas que lutam apenas pela mera sobrevivência. Para alguns, a vida espiritual que levam somente aos domingos é o suficiente. O medo de morrer substituiu o medo de se ter uma Igreja morta. Já não se luta por avivamento, mas por se ter uma vida cômoda e próspera. Porém, um povo santo não pode aceitar nada menos do que viver de modo santo, pelo qual glorificará o Seu único Senhor. 
· Lv 11:45 – Quando a Igreja perde de vista essa ordem, descamba para o secularismo e volta-se para si mesma, gerando a própria morte. 


II – UM ESPELHO DOS CRENTES PRIMITIVOS: 
· (1) - TINHAM UMA ORAÇÃO INCOMUM – At 4:31 – Temos ouvido muitas preces bonitas; algumas até parecem obra literária. Porém, não fazem tremer o lugar onde são pronunciadas ou lidas. São orações que partem apenas da mente e não do coração. 
· Nada há contrário às orações bonitas, desde que partam de uma alma santa, consagrada, quebrantada. Quando oramos, o lugar tem que tremer, ou seja, a presença divina tem que ser sentida; só aí a alma, o espírito e o coração tremerão. 
· Ex 33:1-17 – Durante a caminhada em direção a Canaã, o povo rebelou-se contra Deus, levando-O a abandonar o acampamento israelita. A coluna de fogo e a nuvem que protegiam Israel, desapareceram, assinalando que o Senhor já não estava no meio deles. Surge, então, uma pergunta: COMO VOLTAR A SENTIR A PRESENÇA DIVINA? A observância da Lei não poderia reatar a comunhão perdida. Que fez o povo? CHOROU AMARGAMENTE. Moisés armou a sua tenda fora do arraial e foi orar. Orou e lutou com Deus, até que o Senhor o ouviu e novamente se manifestou: A NUVEM DESCEU SOBRE A TENDA DA CONGREGAÇÃO, MOSTRANDO QUE DEUS ESTAVA DE VOLTA. A oração de Moisés foi o choro de sua própria alma que não se conformou enquanto Deus não voltou a manifestar-se no arraial dos hebreus - II Cr 20:4-18; Is 37:14-21, 33-38; At 20:22-37. 
· É exatamente isso que caracteriza um povo que tem uma oração incomum: Quando ora, o lugar estremece e Deus vem para o meio de Seu povo. 
· (2) - TINHAM UMA COMUNHÃO INCOMUM – At 2:44-47 – Em nenhuma outra comunidade pode-se desfrutar de comunhão tão perfeita, porquanto o Espírito Santo foi dado somente à Igreja e Ele é o Espírito de Comunhão. 
· A verdadeira comunhão que tem de existir na Igreja é aquela que nos leva à verdadeira prática cristã, onde é meu o problema de meu irmão e vice-versa; suas necessidades são minhas necessidades; sua dor é minha dor; sua pobreza é minha pobreza; tenho de chorar, quando ele chora; tenho que sorrir, quando o meu irmão sorri. 
· Infelizmente nosso desamor e espírito de competitividade levam-me a sorrir quando meu irmão chora; leva-me a chorar, quando meu irmão sorri. Isso é ainda mais terrível quando nos lembramos de que nos tratamos de pessoas que dizemos ser irmãos! 
· (3) - TINHAM UMA EXPERIÊNCIA INCOMUM COM O ESPÍRITO SANTO – At 2:1-4 – A evidência de que realmente eles haviam recebido do Espírito Santo uma experiência incomum, foi o poder que demonstraram para testemunhar. 
· At 2:37, 41 - Os judeus que se encontravam em Jerusalém, ao ouvirem a pregação de Pedro, ficaram tão conscientes de seus pecados que NÃO ESPERARAM O APELO para irem a Cristo. Eles mesmos perguntaram como fariam para alcançarem a Salvação. Era uma pregação feita por um homem com uma experiência incomum com o Espírito de Deus! 
· At 4:13-20 – Aqui vemos o frágil e inconstante Pedro transformado num gigante de Deus. O caráter medroso que o levou a negar Jesus diante de uma criada no pátio da casa do sumo-sacerdote, dá lugar agora a um caráter sólido e audacioso, pronto a morrer por Jesus. 
· (4) - ESPERAVAM COISAS INCOMUNS DE DEUS – At 3:1-10; 5:14-125; 8:5-8 – Será que ainda vivemos nessa santa expectativa, aguardando sempre grandes coisas de Deus? 
· Ao deixarmos de acreditar em coisas sobrenaturais, abrimos mão do Deus do impossível! Criamos um Deus do tamanho de nossas capacidades! Achamos que Ele vai só até onde podemos ir! Aquilo que achamos impossível para nós, achamos também impossível para Deus. 
· Se perdemos o espírito de expectativa é porque também perdemos a visão de quem é Deus. 



III – O ESPÍRITO SANTO FAZ DA IGREJA UM PODEROSO INSTRUMENTO PARA A EVANGELIZAÇÃO: 
· Jo 20:19 - A mudança na vida dos discípulos foi total. Desde que Jesus foi preso, até o dia de Pentecoste, eles, com medo dos judeus, estavam com as portas cerradas, totalmente isolados do povo. A sua atividade espiritual havia cessado. Porém, a partir do Pentecoste, foram cheios do Espírito Santo: Foram impulsionados a testificar de Jesus e o fizeram com tanto poder, que já na primeira arrancada foram agragadas quase três mil almas - At 2:41 
· A partir do Pentecoste, a Igreja se levantou com poder; foi conduzida pelo Espírito Santo para uma eficiente e dinâmica evangelização. O Espírito Santo os guiou em continuação, de tal maneira, até o ponto de seus inimigos dizerem: “Eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina” - At 5:28 
· At 1:8 - Quando Jesus se despediu dos Seus discípulos, apresentou-lhes o programa que Ele havia determinado para a Igreja. Porém, devemos observar que foi somente pela virtude do Espírito Santo que os crentes da Igreja Primitiva puderam realizá-lo. Vejamos: 
· (1) – EM JERUSALÉM – Foi o lugar onde deviam começar. Começaram e realmente veio um grande despertamento: Multidões de converteram – At 4:4; 5:14; 6:7. 
· Pela operação do Espírito Santo, o poder de Deus se manifestava de tal maneira, que muitos milagres foram feitos. Os dons espirituais estavam em plena função, e grandes multidões se converteram – At 5:16. 
· (2) – EM TODA A JUDÉIA E SAMARIA – Foi pela perseguição que os discípulos foram dispersos por estas terras, o trabalho espalhou-se por toda parte e um grande despertamento sacudiu Samaria, onde se levantou um sólido trabalho – At 8:1-18. 
· Pouco tempo depois, falava-se das Igrejas da Judéia, Galiléia e Samaria, que prosperavam e se multiplicavam em número de membros – At 9:31 
· (3) – ATÉ OS CONFINS DA TERRA – Pela operação do Espírito Santo, várias partes do mundo receberam o Evangelho: 
· (A) - ÁFRICA - Foi o primeiro lugar, longe de Jerusalém, que recebeu a Palavra. Foi pela obediência à direção do Espírito Santo, que Filipe foi a Gaza, que estava deserta. Ali, encontrou-se com o eunuco da Etiópia, que se converteu e foi batizado. Ao voltar para a África, ele se tornou ali um instrumento poderosíssimo para levantar um grande trabalho, durante o tempo dos apóstolos – At 8:26-40 
· (B) - ANTIOQUIA – A capital da colônia romana na Síria, recebeu o Evangelho por meio dos crentes dispersos de Jerusalém (At 11:19-20). Um grande despertamento veio e uma poderosa Igreja se levantou, a qual se tornou um instrumento para enviar missionários para outras terras e dinamizar mais ainda a evangelização – At 11:21-26; 13:1-5 
· (C) - A EUROPA – Recebeu o Evangelho, também pela obediência dos servos do Senhor à direção do Espírito Santo, que os chamou para lá (At 16:9-12). Chegando à Europa, pregaram o Evangelho ali e, apesar de grandes perseguições, levantaram-se grandes Igrejas em várias cidades importantes, tais como Filipos, Tessalônica, Corinto, Roma e outras. 
· É esse mesmo programa que a Igreja de hoje deve executar. Temos as mesmas condições de cumpri-lo, porque Jesus é o mesmo. O Espírito Santo quer renovar nossa confiança no Poder da Palavra de Deus e na operação dos dons espirituais. 
· Jr 16:16 - O PROGRAMA DE EVANGELIZAÇÃO QUE O ESPÍRITO SANTO REVELOU AOS APÓSTOLOS NÃO MUDOU! A maior necessidade de hoje é, portanto, que a Igreja esteja cheia do Espírito Santo e que todos tenham as suas vidas no altar para uma inteira obediência à direção divina – Rm 12:1; Hb 13:10. 
· Não adianta inventarmos novos caminhos. Acreditemos que o caminho que a primeira Igreja trilhou é o bom caminho. Jesus ainda quer usar Sua Igreja. Que possamos continuar a obra da evangelização até o fim. Só assim poderemos dizer: “Não fui desobediente à visão celestial” – At 26:19 
IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS: 
· As perseguições não fizeram a Igreja primitiva recuar. Ela se entregava à morte por amor a Cristo; tinha qualidade em sua vida espiritual; eram homens e mulheres santos. Viver numa comunidade estéril e descompromissada com o reino de Deus, era-lhes como experimentar a morte. 
· Assim, para a Igreja Primitiva...: (A) - PODIA-SE MATAR OS SANTOS DE DEUS, PORÉM NÃO SE PODE MATAR O DEUS DOS SANTOS; e (B) - MORRER NÃO ERA PROBLEMA; O PROBLEMA ERA A IGREJA NÃO ESTAR VIVA. 
· Igreja do Senhor! Fiquemos "em fervente oração", pois ela é a respiração e o suspiro do espírito humano por Deus. Somente a Sua gloriosa presença em nosso meio é que nos mantém com vida santa, no altar... para Sua glória. 

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FONTES DE CONSULTA:
1.         Bergstén, Eurico – Teologia Sistemática – CPAD
2.         Cidaco, José Armando S. – Um Grito Pela Santidade - CPAD