terça-feira, 16 de agosto de 2011

O Que é a Igreja para a Sociedade?

                                        
    Pr. Geraldo Carneiro Filho

A vida cristã implica em não afastar-se do mundo, mas em ser fiel a Deus diante das pressões orioundas da sociedade.

OS REFLEXOS DA VIDA CRISTÃ NA SOCIEDADE

 Leiamos o Salmo 1.

 (1) - A VIDA CRISTÃO NÃO SIGNIFICA ISOLAMENTO DO MUNDO
- Isso contraria a própria criação, pois o homewm é, por natureza, um ser gregário que se realiza no exercício da solidariedade e do companheirismo. É tanto, que a primeira iniciativa de Deus, ao criá-lo, foi providenciar-lhe também uma companheira - Gn 1:28.

 Por sua vez, Jesus deixou claro o mesmo conceito em Sua oração sacerdotal - Jo 17:16.

 Ou seja, é no mundo, rodeado pela sociedade, que o crente exercerá a sua influencia transformadora, sem, todavia, deixar-se corromper pelo mal.

 Como, então, se interpreta o Salmo 1:1, à luz deste princípio:

 (A) - Ele estabelece o contraste entre a vida do cristão e a do ímpio, ambos vivendo no mesmo espaço geográfico; e

 (B) - Aponta a linha de conduta do salvo nesta convivencia: ele não se submete à influencia danosa do ímpio, não se associa com os seus pecados, nem se dispõe a tornar decentes e honestas suas atitudes escarnecedoras.

 (2) - A NOVA VIDA EM CRISTO REQUER TESTEMUNHO PESSOAL
- Sl 1:3 - Entra aqui, novamente, um princípio biológico, por vezes repetido na Palavra de Deus. A árvore que não produz fruto, não está cumprindo o seu propósito. Por conseguinte, os frutos testemunham se a árvore é de boa ou má qualidade - Mt 7:16-20; Jo 15:1-2.

 No plano espiritual, faz parte da vida cristã, através do testemunho pessoal, produzir frutos de excelente qualidade que revelem à sociedade o caráter regenerador do novo nascimento. E ele o fará na estação própria, isto é, em cada circunstancia da vida terá uma reação adequada que corresponda à natureza da sua nova vida.

 (3) - A NOVA VIDA REFLETE NA SOCIEDADE - O terceiro desdobramento da nova vida em Cristo é que seus reflexos se projetam na sociedade.

 Já vimos, em aulas anteriores, que uma das propriedades do sal, que simboliza a ação do crente na terra, é preservar o alimento da deterioração - Mt 5:13 -. Pequena quantidade do produto é suficiente para afetar milhares de grãos numa panela.

 Da mesma forma, cabe à Igreja ensinar aos seus membros que suas ações terão o efeito de contribuir para o bem dos que o cercam, pois, "tudo quanto fizer prosperará". Seus atos terão a marca do respeito, da sinceridade e da solidariedade cristã.

 VIVENCIANDO A VIDA CRISTÃ NA SOCIEDADE:
(1) - TORNANDO-SE BÊNÇÃO NO LAR - O núcleo onde o novo crente manifesta os primeiros efeitos da nova vida em Cristo é o lar. Não pode haver dois tipos de comportamento, um para fora e outro para dentro do lar. Onde estiver a luz, aí estará o brilho da sua presença.

 É preciso evitar, todavia, que, por consequencia do legalismo, ensine-se, por exemplo, uma visão distorcida do casamento, dificultando, com complexos de culpa, uma relação não só ordenada e abençoada por Deus, mas que é, também, a maior expressão física da união entre Cristo e a Igreja. A união dos cônjuges é a sublimação máxima do amor e deve ser exercida em toda a sua plenitude, pois assim a Bíblia o recomenda - Ef 5:22-31; Hb 13:4.

 O outro ponto a ser realçado é que o relacionamento dos pais com os filhos é uma via de mão dupla: A Bíblia ensina os filhos a obedecerem os pais, mas também estes são admoestados a não os provocarem a ira - Ef 6:1-4.

 (2) - TORNANDO-SE BÊNÇÃO NO TRABALHO - O patrão convertido, não explora os empregados - Tg 5:1-6 -; não sonegará os impostos - Mt 17:24-27; Lc 20:21-25; Rm 13:7 -; e dará tratamento justo aos clientes.

 O trabalhor, por sua vez, não subtrairá para o o tempo do trabalho, não negligenciará suas responsabilidades e trabalhará como se estivesse fazendo para o Senhor - Ef 6:5-9.

 (3) - TORNANDO-SE BÊNÇÃO EM QUALQUER LUGAR
- Além do lar e do trabalho, os efeitos da vida em Cristo se fará sentir em qualquer lugar onde estiver o novo crente. Eles se manifestarão no tipo de linguagem, lugar que frequenta, amizades que cultiva e atos que pratica. Isso inclui também as finanças, o relacionamento com o sexo oposto, os negócios e a palavra empenhada, de modo que o seu comportamento não produza escândalo de qualquer especie, em qualquer lugar.

 I Cor 10:32 - Esta recomendação do apóstolo Paulo incluiu, em sua advertencia, os três povos da Bíblia: JUDEUS, GREGOS (GENTIOS) e a IGREJA DE DEUS. Por quê?

 (A) - Porque dos judeus veio a Palavra;

 (B) - Porque os gentios receberam a Palavra; e

 (C) - Porque a Igreja é o povo da Palavra.

 Portanto, o simbolismo embutido nesta passagem bíblica é o de que o cristão deve ser cumpridor da Palavra, onde quer que esteja - Tg 1:25.

AS RESPONSABILIDADES DA IGREJA PARA COM A SOCIEDADE:

 (1) - REVELAR A DEUS E A SUA VONTADE - Deus estabeleceu a Igreja na terra para que possa nela habitar e por ela tornar-se conhecido da sociedade. Sua presença deve ser marcante entre os membros da Igreja, de tal modo que a sociedade possa vê-Lo e conhecê-Lo - At 11:26

 A Igreja não pode falhar em sua missão, pois dela dependem milhões de almas. É através dela que muitos membros da sociedade são detidos em sua caminhada para a destruição, e encontram paz e segurança em Jesus Cristo - Ef 3:5

 (2) - SARAR AS FERIDAS DA SOCIEDADE - O pecado assemelha-se a uma terrível doença - Is 1:5-6, e esta alastra-se como uma lepra cruel, atingindo com rapidez todo o corpo, alma e espírito do homem, que, por sua vez, contamina os que estão a sua volta - Rm 1:18-32; 5:2 -. O pecado enferma o homem e, por fim, o leva à morte - Rm 6:23.

 Entretanto, a Igreja possui o Deus que sara a alma (Sl 41:4), o corpo (Sl 10:3) e o espírito (Is 53:5).
 A Igreja é capacitada com poder sobrenatural para operar sinais e prodígios entre o povo - At 5:12-16; 8:6-7. Os dons de curar confiados por Cristo à Igreja, são variados, poderosos e sobrenaturais. Só a Igreja pode possui-los, pois os recebeu do Espírito Santo - Jo 14:16-17.

 (3) - ABENÇOAR A SOCIEDADE - Sl 33:12 - Com esta expressão, entendemos que uma das principais responsabilidades da Igreja no meio da sociedade é influenciá-la de tal modo que Deus possa reinar em seu meio - Sl 47:8. A influencia da Igreja deve ser marcante em todos os seguimentos da sociedade; a todo custo e esforço, deve fazer prevalecer a Palavra de Deus.

 A vida cristã requer que os crentes dêem testemunho pessoal de sua conversão. Isto implica em conviver com as pessoas, sem afastar-se do meio social. A própria história revela que o isolamento em si mesmo não é a melhor alternativa para o crente. Os mosteiros, criados para que os homens vivessem uma vida contemplativa e afastado do mundo, são um exemplo disso. Eles não cumpriram a sua finalidade, pois tornaram-se em terríveis antros de corrupção moral. A luz precisa estar onde há trevas, para que elas sejam dissipadas.

Em Cristo. 
Geraldo Carneiro Filho

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O Que é Ser Um Servo?


Pr.Geraldo Carneiro

O servo desempenha as tarefas normais numa casa de família e está sempre à disposição de seus membros. Pertence a uma classe social inferior e só faz o que lhe é ordenado. A Bíblia caracteriza o homem e a mulher de Deus como servos. Compete-nos, pois, ser suficientemente humildes para ministrarmos continuamente na qualidade de servos, àqueles a quem o Senhor nos enviar.

ESTAMOS PRONTOS A SER SERVOS?

O Antigo Testamento menciona dois tipos de servos:

(1) - OS TRABALHADORES - Recebiam salário e tinham certos direitos; e


(2) - OS ESCRAVOS - Não tinham direitos, não recebiam salário e não podiam reclamar coisa alguma.
. Quando, porém, chegamos ao N. T., a palavra "servo do Senhor Jesus Cristo", no grego, não é "trabalhador", mas "escravo".
. Isso mostra que não temos quaisquer direitos; somos propriedade absoluta do Senhor, para sermos tratados e usados como bem Lhe parecer.
. Outrossim, isso também mostra que nossa servidão a Jesus deve expressar-se em nossa servidão ao nosso semelhante - II Cor 4:5.


. Ou seja, a humildade da posição que assumimos para com o Senhor Jesus é julgada por Ele pela posição humilde que tomamos para com o nosso semelhante. O Senhor considera como falta de disposição para servi-Lo, a nossa falta de disposição para servir outros, em circunstâncias difíceis e humilhantes; essa falta de disposição nos coloca fora da comunhão com Ele.

CINCO MARCAS DE UM ESCRAVO:

Lucas 17.7-10 - "Qual de vós, tendo um servo ocupado na lavoura ou em guardar o gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Vem já e põe-te à mesa? E que antes não lhe diga: Prepara-me a ceia, cinge-te, e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois comerás tu e beberás. Porventura, terá de agradecer ao servo por ter este feito o que lhe havia ordenado? Assim tam­bém vós, depois de haverdes feito tudo quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer."

Pelo texto acima, podemos observar:

(1) - O ESCRAVO TEM DE ESTAR DISPOSTO A RECEBER UMA ORDEM APÓS A OUTRA, SEM ESPERAR QUALQUER CONSIDERAÇÃO - Após um dia de trabalho ár­duo, o servo da parábola teve de ir preparar a refeição do seu senhor imediatamente, e além disso servi-lo — e tudo isso antes que ele mesmo (o escravo) comesse. Ele simplesmente obedeceu, nada esperando, senão isso mesmo.

Como nós somos diferentes! Como sur­gem rapidamente murmurações e amarguras em nos­so coração, quando coisa semelhante se requer de nós! Mas no momento em que começamos a murmurar, estamos agindo como se tivéssemos direitos, e um escravo não tem nenhum!

(2) - O SERVO, AO FAZER TUDO, DEVE ESTAR DISPOSTO A NÃO ESPERAR PALAVRAS DE AGRADECIMENTO - Quantas vezes servimos alguém, ficamos ofendidos e nos queixamos amargamente porque nos­so trabalho foi aceito naturalmente e não nos agradeceram. Mas um escravo tem de estar pronto a isso. Trabalhadores poderão esperar alguma coisa; escra­vos, não.

(3) - TENDO FEITO TUDO, O SERVO NÃO DEVE ACUSAR SEU SENHOR DE EGOÍSMO - Ao ler a passagem, não podemos deixar de sentir que o senhor foi um tanto egoísta e sem consideração, mas o escravo não o acusou disso. Ele existe para servir os interesses de seu senhor, e o egoísmo ou qualquer outra atitude de seu senhor não entra em suas cogitações.

E nós? Talvez permitamos que outros "abusem" de nós, e é possível que nos sujeitemos a fazer algo sem receber agradeci­mento. Mas, no íntimo, acusamos o outro de egoísmo. Entretanto, essa não é a atitude de um escravo. Ele deve descobrir no egoísmo alheio apenas uma oportunidade a mais de se identificar de novo com o seu Senhor como o servo de todos.

(4) - APÓS FAZER TUDO, NÃO HÁ LUGAR PARA ORGULHO OU AUTO-ELOGIOS - Devemos confessar que somos servos inúteis, isto é, que em nós mesmos não temos valor nenhum, seja para com Deus ou para com os homens. Precisamos confessar repetidamente que "em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum", e que, se alguma coisa fizemos, nenhum agradecimento se deve a nós.

(5) - O SERVO DEVE RECONHECER QUE O QUE FEZ E SUPORTOU NO CAMINHO DA MANSIDÃO E DA HUMILDADE, NADA MAIS FOI DO QUE SEU DEVER - O nosso "EU" recebe o golpe fatal com este quinto e último passo. Deus fez o homem antes de tudo para que ele fosse escravo Seu. O pecado do homem consiste simplesmente em sua recusa de se tornar escravo de Deus. Sua restauração, então, só se pode dar pelo regresso à posição de escravo. O homem, portanto, nada faz que tenha merecimento especial, quando se dispõe a to­mar essa posição, visto que foi criado e remido para esse fim específico.


Parece-nos dura e ameaçadora essa descida íngreme? Podemos estar certos de que é o único caminho para subir. Foi o caminho pelo qual o Senhor Jesus alcançou o Trono, e é o caminho pelo qual nós também alcançaremos a posição de poder espiritual, autoridade e uma vida de frutos espirituais. Aqueles que trilham essa vereda são almas radiantes, felizes, transbordantes da vida do seu Senhor. Descobrem que a verdade — "Aquele que se humilhar será exaltado" — se aplica a eles tanto como ao seu Senhor. Onde a humildade era antes uma intrusa indesejável, para ser tolerada somente em ocasiões raras, ela agora se tornou a esposa da sua alma, com a qual se casaram para sempre.

QUALIDADES DO SERVO FIEL E PRUDENTE:


Mt 24:45-47 - As qualidades do servo fiel e prudente estão explicitadas nesta parábola. Tão-somente desejamos destacá-las para que sejam elas mesmas ressaltadas e sirvam de exemplo para nossas vidas:

(1) - FIDELIDADE - Segundo o dicionário Aurélio, é a "qualidade ou caráter de fiel; lealdade; firmeza; constancia nas afeições, nos sentimentos; perseverança; observancia rigorosa da verdade; exatidão".

O Senhor Jesus, no contexto do Sermão, referia-se à necessidade da vigilancia quanto à Sua vinda, e proferiu para os Seus próprios discípulos mensagens de alerta no tocante ao que era esperado de Seus servos.
(2) - PRUDENCIA - "É a qualidade de quem age com moderação, comedimento,buscanto evitar tudo o que acredita ser fonte de erro ou dano" (Dic. Aurélio).


O servo que tinha a maior confiança do seu senhor, devia ter esta qualidade, indispensável para cuidar da casa - Pv 9:10; 16:16.

(3) - CONSTITUÍDO PELO SEU SENHOR - Mt 24:45b:

(3.1) - O servo não se constitui a si mesmo - Ele foi constituído pelo dono da casa, seu patrão, para assumir a responsabilidade de um mordomo. Ele não passou por cima dos outros para alcançar aquela posição; não fez política entre os seus pares; não cobiçou sua posição, o cargo ou a função.

(3.2) - O servo não foi constituído pelos outros - Não houve eleição para que o mordomo fosse escolhido pelos seus conservos. Tomar conta da casa do senhor era função absoluta de confiança pessoal.


CONSIDERAÇÕES FINAIS:

O Novo Testamento é bem claro quanto ao fato de o Senhor Jesus esperar que tomemos a posição humilde de servos. Isto não representa um dever que podemos ou não assumir, conforme nos pareça melhor. É a própria essência daquele novo relaciona­mento que o discípulo tem de assumir para com Deus e seu semelhante, se ele deseja experimentar em sua vida comunhão com Deus e um certo grau de santi­dade. Quando compreendemos a humilhação e o esva­ziamento pessoal que se requer de alguém para realmente ser servo, torna-se evidente que somente aqueles que estão preparados para viver constantemente à sombra do Calvário, na contínua contempla­ção da humildade e do quebrantamento do Senhor Jesus por amor de nós, estarão dispostos a assumir essa posição.


FONTES DE CONSULTA:
O Guia do Pastor – Ralph M. Riggs – Editora Vida
A Senda do Calvário - Roy Hession - Editora Betânia

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O Reino de Deus através da Igreja




Por Pr. Geraldo Carneiro


A Igreja é o único organismo existente no mundo, cuja preocupação essencial não é o bem-estar de seus próprios membros. A razão de ser, existir e agir da Igreja na terra é ministrar em nome de Cristo ao mundo.
 MISSÃO PRIORITÁRIA DA IGREJA NO MUNDO:

(1)     – A FIEL PREGAÇÃO DA PALAVRA – Jo 8:31-32, 47; 14:23; I Jo 4:1-3; II Jo 9 - Esta é a mais importante missão da Igreja e uma das suas características. Atribuir esta característica à Igreja não significa que a pregação da Palavra terá que ser perfeita. Tal ideal é inatingível na terra. Mas há um limite além do qual a Igreja não pode ir na apresentação errônea da verdade ou em sua negação, sem perder o seu verdadeiro caráter e tornar-se uma Igreja falsa. É isso que acontece quando artigos fundamentais de fé são negados publicamente, e a doutrina e a vida já não estão sob o domínio da Palavra de Deus. 

(2)     – ZELAR PELA SÃ DOUTRINA DA PALAVRA – Apc 2:14-15, 20 - Jesus criticou severamente as Igrejas de Pérgamo e Tiatira. A primeira por ser demasiadamente tolerante para com os falsos mestres, e a segunda por tolerar uma mulher chamada Jezabel, que se chamava profetiza, e que ensinava os membros da Igreja a praticar a imoralidade. Devemos ser pacientes, tolerantes e verdadeiros, mas nunca ao preço de comprometermos o ensino claro da Palavra de Deus.

(3)     – MINISTRAR CORRETAMENTE OS SACRAMENTOS – Mt 28:19; Mc 16:15-16; At 2:42; I Cor 11:23-30 – Jamais devemos separar os sacramentos da Palavra, pois eles não tem conteúdo próprio, mas extraem o seu conteúdo da Palavra de Deus: são de fato uma pregação visível da Palavra. Uma negação das verdades centrais do Evangelho, naturalmente afetará a adequada ministração dos sacramentos. Que a reta administração dos sacramentos é uma característica da Igreja verdadeira, segue-se da sua inseparável conexão com a pregação da Palavra de Deus.

(4)     – EXERCER FIELMENTE A DISCIPLINA – Mt 18:18; I Cor 5:1-5, 13; 14:33, 40; Apc 2:14-15, 20 – É deveras essencial para a manutenção da pureza da doutrina e para salvaguardar a santidade dos sacramentos. As Igrejas que relaxarem na disciplina, descobrirão, mais ou cedo ou mais tarde em sua esfera de influencia, um eclipse da luz da verdade e abusos nas coisas santas. Daí, a Igreja que quiser permanecer fiel ao seu ideal, na medida em que isto é possível na terra, deverá ser diligente e conscienciosa no exercício da disciplina cristã. A Palavra de Deus insiste na adequada disciplina a ser exercida na Igreja de Cristo.

(5)     – TRATAR O PECADO COM SERIEDADE - I Jo 1:8; 2:6 - Nada arruína mais depressa a vida espiritual da Igreja do que permitir que os pecados dos seus membros permaneçam sem ser tratados como deveriam. Analisemos algumas situações:
a)       Quando há pecado grave, ou tolerância de pecado grave entre o povo de Deus, a bênção do Senhor diminui, fica impedida ou a sua perda é total. Deus não abençoará um povo que se recusa a tirar o pecado do seu meio (Js 7:1, 11-13, 20, 21, 25 cf I Cor 5:1-13).
b)       O pecado permitido na congregação do povo de Deus expõe seus membros à influência destruidora do inimigo (por exemplo - Satanás e o mundo - Js 7:4-13).
c)       Se tal pecado for tolerado, quando devia ser corrigido, resultará em Juízo (Js 7:13). Se, no entanto, o pecado for declarado, confessado e removido, voltarão as bênçãos, a presença e a graça de Deus (Js 7:22-26; 8:1, 18-19 cf At 4:31-5:11).
d)       O pecado entre o povo de Deus, portanto, deve ser tratado como assunto da máxima gravidade. É preciso preservar a pureza e demandar a obediência. Doutra forma, o crescimento espiritual de uma congregação ou será minguado ou cessará totalmente (Apc 3:1-3, 14-18).
(6)     - ESTAR PRONTA A SER CORRIGIDA E MUDAR DE ATITUDE - Apc 2:5, 16, 21; 3:3, 19 - Jesus determinou às Igrejas que estavam erradas a que se arrependessem e retornassem aos retos caminhos de Deus. Elas precisavam ser reformadas e mudar o que estava errado. Existe grande perigo para uma igreja quando ela se fecha em si mesma e deixa de ouvir a voz do seu Senhor, que deseja corrigi-la e trazê-la de volta aos caminhos da são doutrina bíblia. 

SETE CARACTERÍSTICAS DE UMA IGREJA FUNDAMENTADA NA PALAVRA DE DEUS:

1.       UMA IGREJA CENTRALIZADA EM CRISTO - Cl 1:18 cf Apc 5:9 - Cristo tem primazia em tudo; Ele nos comprou. O pastor não é a cabeça da igreja; Grupos dentro da Igreja não podem ser cabeça. Todos devem se sentir parte vital do todo, pois somos membros de um só corpo.

2.       UMA IGREJA FUNDAMENTADA NA PALAVRA – Mt 24:45,46; Lc 16:10 – Toda festividade dela precisa ter a marca da Palavra do Senhor. Para se ter uma Igreja assim, é preciso obreiros dedicados à Palavra (aprovados, corajosos e dedicados - II Tm 2:15).

3.       UMA IGREJA AVIVADA - At 2:4,39 - Uma Igreja fria é uma Igreja morta; não gera novos crentes. Ao contrário, uma Igreja avivada atrai pessoas, é uma Igreja com entusiasmo (freqüenta os trabalhos, participa, se envolve).

4.       UMA IGREJA FIEL - Ap 2:10 - Fidelidade é essencial para o sucesso. Nenhum negócio prospera sem fidelidade. Se somos fiéis no nosso serviço, nunca faltaremos ao trabalho. Algo vai mal, se o nosso trabalho ou nossa vida social pode contar conosco e a Igreja não. 

5.       UMA IGREJA AMÁVEL - I Jo 4:7,8,12 - Ama a Deus acima de todas as coisas, ama ao seu próximo como a si mesma (perdidos e caídos devemos ajudá-los e não fazê-los cair). 

6.       UMA IGREJA GENEROSA - Nos dízimos, que pertencem ao Senhor; Nas ofertas alçadas, para os projetos da Casa do Senhor; Na ajuda aos necessitados. Muitas vezes estamos usando malabarismos como alternativas ao invés de seguirmos o plano de finanças de Deus. 

7.       UMA IGREJA TOTALMENTE EVANGELÍSTICA - Mc 16:15 - Uma Igreja não-evangelística é uma Igreja em decadência. A Evangelização nos faz parecer com a Igreja Primitiva. A Igreja Evangelizadora é uma Igreja frutífera.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Todos nós somos indistintamente responsáveis pela imagem da igreja. Cada um tem que cumprir com a sua parte no corpo de Cristo para que o todo seja aperfeiçoado. Ajudaria muito se falássemos menos da igreja de maneira negativa e gastássemos o mesmo tempo orando por ela.
Se a Igreja de Cristo for o que Deus tem em mente, então somos a instituição mais influente no mundo. Os cansados se voltam para ela para que o Salvador lhes tire a carga; os tristes nela encontram conforto e paz; os solitários a doce comunhão; os problemáticos a solução como socorro. É lindo ver uma Igreja cheia de pessoas, mas é melhor ver as pessoas cheias da Igreja.


FONTES DE CONSULTA:
Berkhof, Louis – Teologia Sistemática – Luz Para o Caminho Publicações
Sites na Internet com mensagens dos pastores Jesimiel Gomes e Arnildo Klumb