terça-feira, 16 de agosto de 2011

O Que é a Igreja para a Sociedade?

                                        
    Pr. Geraldo Carneiro Filho

A vida cristã implica em não afastar-se do mundo, mas em ser fiel a Deus diante das pressões orioundas da sociedade.

OS REFLEXOS DA VIDA CRISTÃ NA SOCIEDADE

 Leiamos o Salmo 1.

 (1) - A VIDA CRISTÃO NÃO SIGNIFICA ISOLAMENTO DO MUNDO
- Isso contraria a própria criação, pois o homewm é, por natureza, um ser gregário que se realiza no exercício da solidariedade e do companheirismo. É tanto, que a primeira iniciativa de Deus, ao criá-lo, foi providenciar-lhe também uma companheira - Gn 1:28.

 Por sua vez, Jesus deixou claro o mesmo conceito em Sua oração sacerdotal - Jo 17:16.

 Ou seja, é no mundo, rodeado pela sociedade, que o crente exercerá a sua influencia transformadora, sem, todavia, deixar-se corromper pelo mal.

 Como, então, se interpreta o Salmo 1:1, à luz deste princípio:

 (A) - Ele estabelece o contraste entre a vida do cristão e a do ímpio, ambos vivendo no mesmo espaço geográfico; e

 (B) - Aponta a linha de conduta do salvo nesta convivencia: ele não se submete à influencia danosa do ímpio, não se associa com os seus pecados, nem se dispõe a tornar decentes e honestas suas atitudes escarnecedoras.

 (2) - A NOVA VIDA EM CRISTO REQUER TESTEMUNHO PESSOAL
- Sl 1:3 - Entra aqui, novamente, um princípio biológico, por vezes repetido na Palavra de Deus. A árvore que não produz fruto, não está cumprindo o seu propósito. Por conseguinte, os frutos testemunham se a árvore é de boa ou má qualidade - Mt 7:16-20; Jo 15:1-2.

 No plano espiritual, faz parte da vida cristã, através do testemunho pessoal, produzir frutos de excelente qualidade que revelem à sociedade o caráter regenerador do novo nascimento. E ele o fará na estação própria, isto é, em cada circunstancia da vida terá uma reação adequada que corresponda à natureza da sua nova vida.

 (3) - A NOVA VIDA REFLETE NA SOCIEDADE - O terceiro desdobramento da nova vida em Cristo é que seus reflexos se projetam na sociedade.

 Já vimos, em aulas anteriores, que uma das propriedades do sal, que simboliza a ação do crente na terra, é preservar o alimento da deterioração - Mt 5:13 -. Pequena quantidade do produto é suficiente para afetar milhares de grãos numa panela.

 Da mesma forma, cabe à Igreja ensinar aos seus membros que suas ações terão o efeito de contribuir para o bem dos que o cercam, pois, "tudo quanto fizer prosperará". Seus atos terão a marca do respeito, da sinceridade e da solidariedade cristã.

 VIVENCIANDO A VIDA CRISTÃ NA SOCIEDADE:
(1) - TORNANDO-SE BÊNÇÃO NO LAR - O núcleo onde o novo crente manifesta os primeiros efeitos da nova vida em Cristo é o lar. Não pode haver dois tipos de comportamento, um para fora e outro para dentro do lar. Onde estiver a luz, aí estará o brilho da sua presença.

 É preciso evitar, todavia, que, por consequencia do legalismo, ensine-se, por exemplo, uma visão distorcida do casamento, dificultando, com complexos de culpa, uma relação não só ordenada e abençoada por Deus, mas que é, também, a maior expressão física da união entre Cristo e a Igreja. A união dos cônjuges é a sublimação máxima do amor e deve ser exercida em toda a sua plenitude, pois assim a Bíblia o recomenda - Ef 5:22-31; Hb 13:4.

 O outro ponto a ser realçado é que o relacionamento dos pais com os filhos é uma via de mão dupla: A Bíblia ensina os filhos a obedecerem os pais, mas também estes são admoestados a não os provocarem a ira - Ef 6:1-4.

 (2) - TORNANDO-SE BÊNÇÃO NO TRABALHO - O patrão convertido, não explora os empregados - Tg 5:1-6 -; não sonegará os impostos - Mt 17:24-27; Lc 20:21-25; Rm 13:7 -; e dará tratamento justo aos clientes.

 O trabalhor, por sua vez, não subtrairá para o o tempo do trabalho, não negligenciará suas responsabilidades e trabalhará como se estivesse fazendo para o Senhor - Ef 6:5-9.

 (3) - TORNANDO-SE BÊNÇÃO EM QUALQUER LUGAR
- Além do lar e do trabalho, os efeitos da vida em Cristo se fará sentir em qualquer lugar onde estiver o novo crente. Eles se manifestarão no tipo de linguagem, lugar que frequenta, amizades que cultiva e atos que pratica. Isso inclui também as finanças, o relacionamento com o sexo oposto, os negócios e a palavra empenhada, de modo que o seu comportamento não produza escândalo de qualquer especie, em qualquer lugar.

 I Cor 10:32 - Esta recomendação do apóstolo Paulo incluiu, em sua advertencia, os três povos da Bíblia: JUDEUS, GREGOS (GENTIOS) e a IGREJA DE DEUS. Por quê?

 (A) - Porque dos judeus veio a Palavra;

 (B) - Porque os gentios receberam a Palavra; e

 (C) - Porque a Igreja é o povo da Palavra.

 Portanto, o simbolismo embutido nesta passagem bíblica é o de que o cristão deve ser cumpridor da Palavra, onde quer que esteja - Tg 1:25.

AS RESPONSABILIDADES DA IGREJA PARA COM A SOCIEDADE:

 (1) - REVELAR A DEUS E A SUA VONTADE - Deus estabeleceu a Igreja na terra para que possa nela habitar e por ela tornar-se conhecido da sociedade. Sua presença deve ser marcante entre os membros da Igreja, de tal modo que a sociedade possa vê-Lo e conhecê-Lo - At 11:26

 A Igreja não pode falhar em sua missão, pois dela dependem milhões de almas. É através dela que muitos membros da sociedade são detidos em sua caminhada para a destruição, e encontram paz e segurança em Jesus Cristo - Ef 3:5

 (2) - SARAR AS FERIDAS DA SOCIEDADE - O pecado assemelha-se a uma terrível doença - Is 1:5-6, e esta alastra-se como uma lepra cruel, atingindo com rapidez todo o corpo, alma e espírito do homem, que, por sua vez, contamina os que estão a sua volta - Rm 1:18-32; 5:2 -. O pecado enferma o homem e, por fim, o leva à morte - Rm 6:23.

 Entretanto, a Igreja possui o Deus que sara a alma (Sl 41:4), o corpo (Sl 10:3) e o espírito (Is 53:5).
 A Igreja é capacitada com poder sobrenatural para operar sinais e prodígios entre o povo - At 5:12-16; 8:6-7. Os dons de curar confiados por Cristo à Igreja, são variados, poderosos e sobrenaturais. Só a Igreja pode possui-los, pois os recebeu do Espírito Santo - Jo 14:16-17.

 (3) - ABENÇOAR A SOCIEDADE - Sl 33:12 - Com esta expressão, entendemos que uma das principais responsabilidades da Igreja no meio da sociedade é influenciá-la de tal modo que Deus possa reinar em seu meio - Sl 47:8. A influencia da Igreja deve ser marcante em todos os seguimentos da sociedade; a todo custo e esforço, deve fazer prevalecer a Palavra de Deus.

 A vida cristã requer que os crentes dêem testemunho pessoal de sua conversão. Isto implica em conviver com as pessoas, sem afastar-se do meio social. A própria história revela que o isolamento em si mesmo não é a melhor alternativa para o crente. Os mosteiros, criados para que os homens vivessem uma vida contemplativa e afastado do mundo, são um exemplo disso. Eles não cumpriram a sua finalidade, pois tornaram-se em terríveis antros de corrupção moral. A luz precisa estar onde há trevas, para que elas sejam dissipadas.

Em Cristo. 
Geraldo Carneiro Filho

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O Que é Ser Um Servo?


Pr.Geraldo Carneiro

O servo desempenha as tarefas normais numa casa de família e está sempre à disposição de seus membros. Pertence a uma classe social inferior e só faz o que lhe é ordenado. A Bíblia caracteriza o homem e a mulher de Deus como servos. Compete-nos, pois, ser suficientemente humildes para ministrarmos continuamente na qualidade de servos, àqueles a quem o Senhor nos enviar.

ESTAMOS PRONTOS A SER SERVOS?

O Antigo Testamento menciona dois tipos de servos:

(1) - OS TRABALHADORES - Recebiam salário e tinham certos direitos; e


(2) - OS ESCRAVOS - Não tinham direitos, não recebiam salário e não podiam reclamar coisa alguma.
. Quando, porém, chegamos ao N. T., a palavra "servo do Senhor Jesus Cristo", no grego, não é "trabalhador", mas "escravo".
. Isso mostra que não temos quaisquer direitos; somos propriedade absoluta do Senhor, para sermos tratados e usados como bem Lhe parecer.
. Outrossim, isso também mostra que nossa servidão a Jesus deve expressar-se em nossa servidão ao nosso semelhante - II Cor 4:5.


. Ou seja, a humildade da posição que assumimos para com o Senhor Jesus é julgada por Ele pela posição humilde que tomamos para com o nosso semelhante. O Senhor considera como falta de disposição para servi-Lo, a nossa falta de disposição para servir outros, em circunstâncias difíceis e humilhantes; essa falta de disposição nos coloca fora da comunhão com Ele.

CINCO MARCAS DE UM ESCRAVO:

Lucas 17.7-10 - "Qual de vós, tendo um servo ocupado na lavoura ou em guardar o gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Vem já e põe-te à mesa? E que antes não lhe diga: Prepara-me a ceia, cinge-te, e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois comerás tu e beberás. Porventura, terá de agradecer ao servo por ter este feito o que lhe havia ordenado? Assim tam­bém vós, depois de haverdes feito tudo quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer."

Pelo texto acima, podemos observar:

(1) - O ESCRAVO TEM DE ESTAR DISPOSTO A RECEBER UMA ORDEM APÓS A OUTRA, SEM ESPERAR QUALQUER CONSIDERAÇÃO - Após um dia de trabalho ár­duo, o servo da parábola teve de ir preparar a refeição do seu senhor imediatamente, e além disso servi-lo — e tudo isso antes que ele mesmo (o escravo) comesse. Ele simplesmente obedeceu, nada esperando, senão isso mesmo.

Como nós somos diferentes! Como sur­gem rapidamente murmurações e amarguras em nos­so coração, quando coisa semelhante se requer de nós! Mas no momento em que começamos a murmurar, estamos agindo como se tivéssemos direitos, e um escravo não tem nenhum!

(2) - O SERVO, AO FAZER TUDO, DEVE ESTAR DISPOSTO A NÃO ESPERAR PALAVRAS DE AGRADECIMENTO - Quantas vezes servimos alguém, ficamos ofendidos e nos queixamos amargamente porque nos­so trabalho foi aceito naturalmente e não nos agradeceram. Mas um escravo tem de estar pronto a isso. Trabalhadores poderão esperar alguma coisa; escra­vos, não.

(3) - TENDO FEITO TUDO, O SERVO NÃO DEVE ACUSAR SEU SENHOR DE EGOÍSMO - Ao ler a passagem, não podemos deixar de sentir que o senhor foi um tanto egoísta e sem consideração, mas o escravo não o acusou disso. Ele existe para servir os interesses de seu senhor, e o egoísmo ou qualquer outra atitude de seu senhor não entra em suas cogitações.

E nós? Talvez permitamos que outros "abusem" de nós, e é possível que nos sujeitemos a fazer algo sem receber agradeci­mento. Mas, no íntimo, acusamos o outro de egoísmo. Entretanto, essa não é a atitude de um escravo. Ele deve descobrir no egoísmo alheio apenas uma oportunidade a mais de se identificar de novo com o seu Senhor como o servo de todos.

(4) - APÓS FAZER TUDO, NÃO HÁ LUGAR PARA ORGULHO OU AUTO-ELOGIOS - Devemos confessar que somos servos inúteis, isto é, que em nós mesmos não temos valor nenhum, seja para com Deus ou para com os homens. Precisamos confessar repetidamente que "em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum", e que, se alguma coisa fizemos, nenhum agradecimento se deve a nós.

(5) - O SERVO DEVE RECONHECER QUE O QUE FEZ E SUPORTOU NO CAMINHO DA MANSIDÃO E DA HUMILDADE, NADA MAIS FOI DO QUE SEU DEVER - O nosso "EU" recebe o golpe fatal com este quinto e último passo. Deus fez o homem antes de tudo para que ele fosse escravo Seu. O pecado do homem consiste simplesmente em sua recusa de se tornar escravo de Deus. Sua restauração, então, só se pode dar pelo regresso à posição de escravo. O homem, portanto, nada faz que tenha merecimento especial, quando se dispõe a to­mar essa posição, visto que foi criado e remido para esse fim específico.


Parece-nos dura e ameaçadora essa descida íngreme? Podemos estar certos de que é o único caminho para subir. Foi o caminho pelo qual o Senhor Jesus alcançou o Trono, e é o caminho pelo qual nós também alcançaremos a posição de poder espiritual, autoridade e uma vida de frutos espirituais. Aqueles que trilham essa vereda são almas radiantes, felizes, transbordantes da vida do seu Senhor. Descobrem que a verdade — "Aquele que se humilhar será exaltado" — se aplica a eles tanto como ao seu Senhor. Onde a humildade era antes uma intrusa indesejável, para ser tolerada somente em ocasiões raras, ela agora se tornou a esposa da sua alma, com a qual se casaram para sempre.

QUALIDADES DO SERVO FIEL E PRUDENTE:


Mt 24:45-47 - As qualidades do servo fiel e prudente estão explicitadas nesta parábola. Tão-somente desejamos destacá-las para que sejam elas mesmas ressaltadas e sirvam de exemplo para nossas vidas:

(1) - FIDELIDADE - Segundo o dicionário Aurélio, é a "qualidade ou caráter de fiel; lealdade; firmeza; constancia nas afeições, nos sentimentos; perseverança; observancia rigorosa da verdade; exatidão".

O Senhor Jesus, no contexto do Sermão, referia-se à necessidade da vigilancia quanto à Sua vinda, e proferiu para os Seus próprios discípulos mensagens de alerta no tocante ao que era esperado de Seus servos.
(2) - PRUDENCIA - "É a qualidade de quem age com moderação, comedimento,buscanto evitar tudo o que acredita ser fonte de erro ou dano" (Dic. Aurélio).


O servo que tinha a maior confiança do seu senhor, devia ter esta qualidade, indispensável para cuidar da casa - Pv 9:10; 16:16.

(3) - CONSTITUÍDO PELO SEU SENHOR - Mt 24:45b:

(3.1) - O servo não se constitui a si mesmo - Ele foi constituído pelo dono da casa, seu patrão, para assumir a responsabilidade de um mordomo. Ele não passou por cima dos outros para alcançar aquela posição; não fez política entre os seus pares; não cobiçou sua posição, o cargo ou a função.

(3.2) - O servo não foi constituído pelos outros - Não houve eleição para que o mordomo fosse escolhido pelos seus conservos. Tomar conta da casa do senhor era função absoluta de confiança pessoal.


CONSIDERAÇÕES FINAIS:

O Novo Testamento é bem claro quanto ao fato de o Senhor Jesus esperar que tomemos a posição humilde de servos. Isto não representa um dever que podemos ou não assumir, conforme nos pareça melhor. É a própria essência daquele novo relaciona­mento que o discípulo tem de assumir para com Deus e seu semelhante, se ele deseja experimentar em sua vida comunhão com Deus e um certo grau de santi­dade. Quando compreendemos a humilhação e o esva­ziamento pessoal que se requer de alguém para realmente ser servo, torna-se evidente que somente aqueles que estão preparados para viver constantemente à sombra do Calvário, na contínua contempla­ção da humildade e do quebrantamento do Senhor Jesus por amor de nós, estarão dispostos a assumir essa posição.


FONTES DE CONSULTA:
O Guia do Pastor – Ralph M. Riggs – Editora Vida
A Senda do Calvário - Roy Hession - Editora Betânia

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O Reino de Deus através da Igreja




Por Pr. Geraldo Carneiro


A Igreja é o único organismo existente no mundo, cuja preocupação essencial não é o bem-estar de seus próprios membros. A razão de ser, existir e agir da Igreja na terra é ministrar em nome de Cristo ao mundo.
 MISSÃO PRIORITÁRIA DA IGREJA NO MUNDO:

(1)     – A FIEL PREGAÇÃO DA PALAVRA – Jo 8:31-32, 47; 14:23; I Jo 4:1-3; II Jo 9 - Esta é a mais importante missão da Igreja e uma das suas características. Atribuir esta característica à Igreja não significa que a pregação da Palavra terá que ser perfeita. Tal ideal é inatingível na terra. Mas há um limite além do qual a Igreja não pode ir na apresentação errônea da verdade ou em sua negação, sem perder o seu verdadeiro caráter e tornar-se uma Igreja falsa. É isso que acontece quando artigos fundamentais de fé são negados publicamente, e a doutrina e a vida já não estão sob o domínio da Palavra de Deus. 

(2)     – ZELAR PELA SÃ DOUTRINA DA PALAVRA – Apc 2:14-15, 20 - Jesus criticou severamente as Igrejas de Pérgamo e Tiatira. A primeira por ser demasiadamente tolerante para com os falsos mestres, e a segunda por tolerar uma mulher chamada Jezabel, que se chamava profetiza, e que ensinava os membros da Igreja a praticar a imoralidade. Devemos ser pacientes, tolerantes e verdadeiros, mas nunca ao preço de comprometermos o ensino claro da Palavra de Deus.

(3)     – MINISTRAR CORRETAMENTE OS SACRAMENTOS – Mt 28:19; Mc 16:15-16; At 2:42; I Cor 11:23-30 – Jamais devemos separar os sacramentos da Palavra, pois eles não tem conteúdo próprio, mas extraem o seu conteúdo da Palavra de Deus: são de fato uma pregação visível da Palavra. Uma negação das verdades centrais do Evangelho, naturalmente afetará a adequada ministração dos sacramentos. Que a reta administração dos sacramentos é uma característica da Igreja verdadeira, segue-se da sua inseparável conexão com a pregação da Palavra de Deus.

(4)     – EXERCER FIELMENTE A DISCIPLINA – Mt 18:18; I Cor 5:1-5, 13; 14:33, 40; Apc 2:14-15, 20 – É deveras essencial para a manutenção da pureza da doutrina e para salvaguardar a santidade dos sacramentos. As Igrejas que relaxarem na disciplina, descobrirão, mais ou cedo ou mais tarde em sua esfera de influencia, um eclipse da luz da verdade e abusos nas coisas santas. Daí, a Igreja que quiser permanecer fiel ao seu ideal, na medida em que isto é possível na terra, deverá ser diligente e conscienciosa no exercício da disciplina cristã. A Palavra de Deus insiste na adequada disciplina a ser exercida na Igreja de Cristo.

(5)     – TRATAR O PECADO COM SERIEDADE - I Jo 1:8; 2:6 - Nada arruína mais depressa a vida espiritual da Igreja do que permitir que os pecados dos seus membros permaneçam sem ser tratados como deveriam. Analisemos algumas situações:
a)       Quando há pecado grave, ou tolerância de pecado grave entre o povo de Deus, a bênção do Senhor diminui, fica impedida ou a sua perda é total. Deus não abençoará um povo que se recusa a tirar o pecado do seu meio (Js 7:1, 11-13, 20, 21, 25 cf I Cor 5:1-13).
b)       O pecado permitido na congregação do povo de Deus expõe seus membros à influência destruidora do inimigo (por exemplo - Satanás e o mundo - Js 7:4-13).
c)       Se tal pecado for tolerado, quando devia ser corrigido, resultará em Juízo (Js 7:13). Se, no entanto, o pecado for declarado, confessado e removido, voltarão as bênçãos, a presença e a graça de Deus (Js 7:22-26; 8:1, 18-19 cf At 4:31-5:11).
d)       O pecado entre o povo de Deus, portanto, deve ser tratado como assunto da máxima gravidade. É preciso preservar a pureza e demandar a obediência. Doutra forma, o crescimento espiritual de uma congregação ou será minguado ou cessará totalmente (Apc 3:1-3, 14-18).
(6)     - ESTAR PRONTA A SER CORRIGIDA E MUDAR DE ATITUDE - Apc 2:5, 16, 21; 3:3, 19 - Jesus determinou às Igrejas que estavam erradas a que se arrependessem e retornassem aos retos caminhos de Deus. Elas precisavam ser reformadas e mudar o que estava errado. Existe grande perigo para uma igreja quando ela se fecha em si mesma e deixa de ouvir a voz do seu Senhor, que deseja corrigi-la e trazê-la de volta aos caminhos da são doutrina bíblia. 

SETE CARACTERÍSTICAS DE UMA IGREJA FUNDAMENTADA NA PALAVRA DE DEUS:

1.       UMA IGREJA CENTRALIZADA EM CRISTO - Cl 1:18 cf Apc 5:9 - Cristo tem primazia em tudo; Ele nos comprou. O pastor não é a cabeça da igreja; Grupos dentro da Igreja não podem ser cabeça. Todos devem se sentir parte vital do todo, pois somos membros de um só corpo.

2.       UMA IGREJA FUNDAMENTADA NA PALAVRA – Mt 24:45,46; Lc 16:10 – Toda festividade dela precisa ter a marca da Palavra do Senhor. Para se ter uma Igreja assim, é preciso obreiros dedicados à Palavra (aprovados, corajosos e dedicados - II Tm 2:15).

3.       UMA IGREJA AVIVADA - At 2:4,39 - Uma Igreja fria é uma Igreja morta; não gera novos crentes. Ao contrário, uma Igreja avivada atrai pessoas, é uma Igreja com entusiasmo (freqüenta os trabalhos, participa, se envolve).

4.       UMA IGREJA FIEL - Ap 2:10 - Fidelidade é essencial para o sucesso. Nenhum negócio prospera sem fidelidade. Se somos fiéis no nosso serviço, nunca faltaremos ao trabalho. Algo vai mal, se o nosso trabalho ou nossa vida social pode contar conosco e a Igreja não. 

5.       UMA IGREJA AMÁVEL - I Jo 4:7,8,12 - Ama a Deus acima de todas as coisas, ama ao seu próximo como a si mesma (perdidos e caídos devemos ajudá-los e não fazê-los cair). 

6.       UMA IGREJA GENEROSA - Nos dízimos, que pertencem ao Senhor; Nas ofertas alçadas, para os projetos da Casa do Senhor; Na ajuda aos necessitados. Muitas vezes estamos usando malabarismos como alternativas ao invés de seguirmos o plano de finanças de Deus. 

7.       UMA IGREJA TOTALMENTE EVANGELÍSTICA - Mc 16:15 - Uma Igreja não-evangelística é uma Igreja em decadência. A Evangelização nos faz parecer com a Igreja Primitiva. A Igreja Evangelizadora é uma Igreja frutífera.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Todos nós somos indistintamente responsáveis pela imagem da igreja. Cada um tem que cumprir com a sua parte no corpo de Cristo para que o todo seja aperfeiçoado. Ajudaria muito se falássemos menos da igreja de maneira negativa e gastássemos o mesmo tempo orando por ela.
Se a Igreja de Cristo for o que Deus tem em mente, então somos a instituição mais influente no mundo. Os cansados se voltam para ela para que o Salvador lhes tire a carga; os tristes nela encontram conforto e paz; os solitários a doce comunhão; os problemáticos a solução como socorro. É lindo ver uma Igreja cheia de pessoas, mas é melhor ver as pessoas cheias da Igreja.


FONTES DE CONSULTA:
Berkhof, Louis – Teologia Sistemática – Luz Para o Caminho Publicações
Sites na Internet com mensagens dos pastores Jesimiel Gomes e Arnildo Klumb


quinta-feira, 21 de julho de 2011

A grande missão da Igreja de Cristo.


                                                                      
                                                                                               Por pr. Geraldo Carneiro

Jesus, o nosso Mestre, fez a todos nós três convites os quais devemos obedecer:

(1) – VINDE A MIM...;

(2) – VINDE APÓS MIM, ...; e

(3) – IDE....

Só quando obedecermos o “VINDE A MIM” e o “VINDE APÓS MIM”, é que teremos condições de cumprir o “IDE”.

A EVANGELIZAÇÃO DOS ESTRANGEIROS:


Os estrangeiros devem ser alvo do mesmo fervor evangelístico que a Igreja reserva para outros segmentos sociais. Assim a Bíblia nos ensina. Vejamos:

 (1) – A VISÃO DE CRISTO ALCANÇOU OS SAMARITANOS – Jo 4:4-30 – O texto bíblico diz que era necessário Jesus passar por Samaria. De modo geral, os judeus usavam outra rota para suas viagens, evitando passar por ali, até mesmo porque os samaritanos eram dados a atos de violência, principalmente contra àqueles que subiam a Jerusalém (Lc 9:51-56).
 Com Jesus foi diferente. O senso do dever de evangelizar lhe impôs descer até a cidade de Sicar, em Samaria, para ali, através de uma mulher, não só evangelizar toda uma região, mas também deixar para os Seus discípulos a grande lição sobre a urgência da ceifa – Jo 4:35. Com isto, o Mestre derrubou as barreiras raciais. Elas não podem impedir o avanço da evangelização. A mesma visão deve orientar a Igreja de Cristo em relação aos estrangeiros. Eles também fazem parte do plano da salvação que Jesus outorgou a todos.

 (2) - A VISÃO DE CRISTO ALCANÇOU A MULHER SIRO-FENÍCIA
– Mc 7:24-30 – O Mestre deixou os termos de Israel e dirigiu-se às fronteiras de Tiro e Sidom, talvez com o propósito de descansar. Pelo menos Mc 7:20 parece pressupor esta ideia. Mas, quem pode conter a presença de Cristo? Logo a mulher recebe a notícia e vai ao encontro de Jesus em busca de socorro, que dá origem ao conhecido diálogo no qual ela foi até a última instancia de sua fé perseverante – Mc 7:28 -. Diante de tamanha fé, Jesus ordenou (mesmo à distancia) que o demônio deixasse amenina e ele obedeceu.

 (3) – A IGREJA PRIMITIVA ALCANÇOU O CENTURIÃO CORNÉLIO – At 10:44-48; 11:1-18 – Cornélio era um militar romano residente em Cesaréia, onde se localizava o quartel-general das autoridades romanas com atividades na Palestina. Em certo sentido, ele foi o ponto de partida do avanço do Evangelho entre os gentios. No entanto, antes foi preciso que Pedro passasse pela experiência do lençol cheio de répteis para livrar-se do preconceito e assimilar a verdade sobre a ampla dimensão do Evangelho na obra de salvação dos pecadores. Só assim Pedro poderia estar apto para pregar ao centurião.

 Após a repetição da mesma experiência do Pentecoste, o apóstolo Pedro não teve outra alternativa, a não ser batizar em água os novos crentes, ainda que isso ocasionasse alguma murmuração da parte dos judeus.

 Qual tem sido a visão da Igreja de Jesus em cumprir o “IDE” e levar o Evangelho aos estrangeiros e às etnias representada pelas tribos indígenas? Não nos esqueçamos: A SALVAÇÃO É PARA TODOS!


EVANGELIZANDO A TODOS OS SEGMENTOS SOCIAIS:

 Há uma tendência no ser humano em considerar-se superior aos demais, principalmente quando se trata de grupos sociais tidos como marginalizados. Tenhamos em mente, porém, que o que nos diferencia como salvos, não são os nossos méritos, mas, sim, o fato de termos sido alcançados pela graça da salvação. Esta graça não nos dá o direito de desprezarmos o nosso próximo; pelo contrario: É força motivadora para nossa ação evangelística, que visa alcançar a todos, inclusive os que estão caídos na sarjeta e àqueles que são marginalizados em razão do seu comportamento fora dos padrões normais da sociedade e, acima de tudo, distante dos princípios da Palavra de Deus.

 (1) – JESUS PREGOU AOS POBRES
– Lc 10:25-37 – Através desta parábola, Cristo deixou bem clara a lição contra a discriminação. Pela lógica, o bom samaritano seria a pessoa menos propensa a socorrer a vítima, em virtude da inimizade entre judeus e samaritanos. Todavia, foi o samaritano quem viveu, naquele ato, toda a dimensão do amor de Deus, que não discrimina ninguém.

 Lc 4:18 cf Mc 10:46; Lc 6:17 – Todas as vezes em que os fatos envolvem multidões, em qualquer momento da história humana, está se referindo à base da pirâmide social, constituída dos pobres. Jesus não só ensinou contra a discriminação, mas Ele mesmo, em nenhum momento, discriminou o próximo, ou mesmo privilegiou determinado seguimento social em detrimento de outro. Ele jamais desprezou os pobres; teve com eles um relacionamento de compaixão.

 (2) – JESUS PREGOU AOS RICOS – Lc 18:18-30 – Apesar de Cristo considerar o coração dos ricos mais endurecido para o Evangelho, em razão dos efeitos negativos que a riqueza produz, Ele também os alcançou com Sua mensagem. A reação de Jesus ao episódio do jovem rico, mostra-nos, por um lado, que a riqueza em si mesma pode constituir-se em empecilho à salvação. Todavia, não exclui a possibilidade do rico salvar-se.

 Por outro lado, o contexto aclara a visão de Cristo, que teve como propósito maior mostrar que a salvação é um ato exclusive da graça de Deus, independentemente das obras humanas. Foi o que Ele deixou bem claro, depois de afirmar ser mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus.

 A densa realidade desta ilustração levou-os a uma conclusão muito mais ampla: - “Logo, quem poderá salvar-se?”, foi o que responderam. O Mestre então concluiu Sua linha de raciocínio: - “As coisas impossíveis aos homens, são possíveis a Deus”.

 (3) – JESUS PREGOU AOS MARGINALIZADOS – O preconceito nunca teve lugar no ministério de Cristo. Analisemos:

 (A) – O LEPROSO
– Mt 8:1-4 – Pelas leis mosaicas, o leproso tinha que se manter afastado da sociedade. Era alguém que, por força das circunstancias legais, não tinha vida social ativa e nenhum acesso aos meios de integração comunitária. Jesus, não só recebeu o leproso, mas o tocou fisicamente. Este ato, para além da cura, está carregado de denso simbolismo, pois o toque fraterno entre duas pessoas, como um cumprimento, por exemplo, sem hipocrisia ou malícia, passa para quem o recebe a sensação de conforto e proteção. Jesus não tentou desviar-se do leproso, para não ser contaminado, quando este veio ao Seu encontro, mas estendeu-lhe a mão.

 (B) – A MULHER ADÚLTERA – Jo 8:1-11 – Neste caso, tudo não passou de uma armadilha dos fariseus para tentar apanhar Jesus em ato falho. Eis algumas lições deste episódio:

 (B.1) – A justiça de Deus não é unilateral, como costuma ser a justiça dos homens. Os acusadores da mulher queriam apedrejá-la, mas se esqueceram de “acusar” o seu acompanhante, para quem a lei previa também condenação de morte – Lv 20:10; Dt 22:22. Outrossim, eles se esqueceram de ver a si próprios como pecadores.

 (B.2) – O mesmo Deus que encerrou a todos debaixo do pecado, através de Sua justiça, proveu a graça da salvação para todos, até mesmo uma prostituta. Portanto, do ponto de vista da justiça de Deus, não há diferença no que tange à “qualidade” do pecado. O rico (na sua ostentação), ou a prostituta (na sua imoralidade), dependem do mesmo favor imerecido de Deus. É preciso que a Igreja tenha isto em mente na obra evangelística para que não caia na tentação de “selecionar” os ouvintes segundo a aparente posição social de cada um.

 (C) – MATEUS, O PUBLICADO – Mt 9:9-13 – O encontro de Cristo com Mateus, um publicado, enseja também a mesma lição quanto aos marginalizados. Aqui temos o outro lado da moeda. Os publicanos exerciam a profissão de cobradores de impostos e eram mal vistos e desprezados pelos judeus, não pela cobrança de impostos em si, mas pelo uso ilícito do instrumento legal para roubar da população sofrida. Zaqueu deixou isto implícito quando se propôs a restituir àqueles aos quais tivesse desfraldado – Lc 18:8.

 O desprezo pelos publicanos estava de tal modo arraigado no cotidiano judaico que Jesus, ao ensinar sobre a correção do crente pecador, orientou a considera-lo como “publicano”, caso não se submetesse as normas da disciplina – Mt 18:17. Ou seja, deveria ser mantido fora das relações da Igreja. Jesus comeu com os publicanos, mas deixou claro o Seu propósito – Mt 9:12-13.

 Sem dúvida, os publicanos tinham um excelente padrão de vida e, talvez, não praticassem os “graves” pecados de uma prostituta. Quem sabe eles tivessem até postura exemplar em sua convivência social. No entanto, diante de Deus, eram doentes espirituais, como qualquer outro pecador, e necessitavam de socorro urgente.

 A salvação é para toda humanidade. Realizar a tarefa de evangelização mundial é um sério compromisso bíblico do povo de Deus com a Sua obra. Porém, não é justo que, pela negligencia da Igreja, os povos não ouçam a voz de Deus e sejam apanhados pelo seu juízo. Os olhos do Senhor estão por toda parte, acompanhando passo a passo a ação da Igreja na proclamação da mensagem do reino de Deus. Em cada cultura ou grupo social cabe aos enviados do Senhor encontrar os instrumentos adequados para proclamar de forma clara, aceitável e consciente a mensagem do Evangelho. Tudo que se requer da Igreja é a mobilização total e prioridade absoluta para a evangelização simultânea até os confins da Terra. Com certeza, a Igreja não falhará.



FONTES DE CONSULTA:
Lições Bíblicas CPAD – 1º Trimestre de 1993 – Comentarista: Geremias do Couto
Lições Bíblicas CPAD – 4º Trimestre de 1998 – Comentarista: Geremias do Couto

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Qual era o projeto original do Reino de Deus?



Não nos iludamos com a aparente fraqueza da presença do reino dos céus no mundo. Parece estarmos em franca derrota diante do inimigo. O mundo parece estar melhor equipado para a guerra. O mal aparentemente está vencendo, pois o número dos que seguem Cristo é bem menor. Mas isso não significa que o mal há de vencer e que seremos derrotados.

O reino de Deus já tem domínio sobre todas as coisas, mas só ao final ele será plenamente consumado e poderemos ver quem realmente somos, como povo de Deus. O fato de não sermos maioria e de sermos perseguidos, não deve nos desanimar. Chegaremos enfim ao tempo quando o reino de Deus será único e nada haverá além dele.

 DEFINIÇÕES DA PALAVRA "REINO"

1º) TERRITÓRIO OU POVO QUE É GOVERNADO POR UM REI (II Rs 15:19);

2º) O GOVERNO SOBERANO QUE DEUS EXERCE SOBRE O UNIVERSO (I Cr 29:11; Sl 22:28; 145:13; Mt 6:13); e

3º) A SOBERANIA QUE DANIEL PROFETIZOU QUE DEUS ESTABELECERIA NA TERRA PARA SEMPRE (Dn 2:44; 7:13-14). ESTA DEFINIÇÃO É NO SENTIDO ESCATOLÓGICO E SE APLICA PARA A EXPRESSÃO REINO DOS CÉUS.

 DEFINIÇÕES E DIFERENÇAS ENTRE AS EXPRESSÕES “REINO DE DEUS” e “REINO DOS CÉUS”:

Mateus, que se dirige aos judeus, na maioria das vezes fala em REINO DOS CÉUS;

Marcos e Lucas falam em REINO DE DEUS, expressão essa que TEM O MESMO SENTIDO DAQUELA, AINDA QUE MAIS INTELIGÍVEL PARA OS QUE NÃO ERAM JUDEUS (Mt 5:3 comparar com Lc 6:20; Mt 11:11 comparar Lc 7:28).

O emprego de REINO DOS CÉUS em Mateus certamente é devido à tendência, no judaísmo, de evitar o uso direto do nome de Deus.

Logo, podemos fazer uma MUITO PEQUENA E MÍNIMA DIFERENÇA entre as expressões REINO DE DEUS e REINO DOS CÉUS; DIFERENÇA ESSA QUE ESTÁ SITUADA NO CAMPO ESCATOLÓGICO:

1) REINO DE DEUS = CÔMPUTO DE TODAS AS BÊNÇÃOS, PROMESSAS e ALIANÇAS QUE DEUS DESTINOU AOS QUE RECEBEM A CRISTO JESUS. O REINO DE DEUS NÃO É APENAS UM LUGAR; É UM ESTADO DE IMENSURÁVEIS BEM-AVENTURANÇAS.

1.1) REINO DOS CÉUS = ESTADO(TERRITÓRIO) CELESTIAL CUJO GOVERNANTE MÁXIMO É DEUS. NESSA PERPECTIVA, O REINO DE DEUS (AS BEM-AVENTURANÇAS) FAZ PARTE DO REINO DOS CÉUS. O REINO DOS CÉUS É MAIS LUGAR DO QUE ESTADO DE ESPÍRITO; É MAIS INSTITUIÇÃO DO QUE ETERNIDADE. É O LUGAR (ALGO VISÍVEL) PARA ONDE VÃO OS BEM-AVENTURADOS.



2) O REINO DE DEUS É ESPIRITUAL, INTERIOR E INVISÍVEL. É DEUS DOMINANDO E REINANDO NAS NOSSAS VIDAS E EM TUDO (Rm 14:17 comparar com Lc 17:20-21)

2.1) O REINO DOS CÉUS É DISPENSASIONAL, FÍSICO, VISÍVEL E EXTERIOR. TERÁ SUA MANIFESTAÇÃO PLENA E TOTAL NO MILÊNIO. É O REINO QUE SERÁ REGIDO POR JESUS (O DESCENDENTE DE DAVI SEGUNDO A CARNE) E QUE TEM COMO ALVO O ESTABELECIMENTO DO REINO DE DEUS (AS BEM-AVENTURANÇAS EM SUA PLENITUDE) SOBRE A TERRA (Lc 1:31-33)



3) O REINO DE DEUS JUNTAR-SE-Á (NO SENTIDO DE MESCLAR) COM O REINO DOS CÉUS QUANDO DEUS-FILHO  ENTREGAR O REINO A DEUS-PAI (I Cor 15:24-28 comparar com Apc 1:5-6; 5:9-10) - OBS:- A palavra "REIS" simboliza AQUELES QUE SÃO PARTICIPANTES DO REINO DOS CÉUS; SÃO OS BEM-AVENTURADOS

3.1) O REINO DOS CÉUS (PRESTAR ATENÇÃO POIS LUCAS USA A EXPRESSÃO REINO DE DEUS) É UNIVERSAL INCLUINDO AS CRIATURAS VOLUNTARIAMENTE SUJEITAS À VONTADE DE DEUS, SEJAM OS ANJOS, A IGREJA OU OS SANTOS DO PASSADO E DO FUTURO (Lc 13:28-29 (ALGO VISÍVEL; EXTERIOR) comparar com Hb 12:22-23).


 HÁ TRÊS TEMPOS EM RELAÇÃO AO REINO DE DEUS:

1º) PASSADO - Mt 3:1- O REINO estava chegando porque Jesus estava para ser introduzido no mundo e Ele estabeleceria o reino de Deus nos corações dos homens (Mt 4:14; 10:7; 12:28; Mc 1:1415);

2º) PRESENTE - Jo 3:16 - Deus não mudou. Ele ainda está construindo o reino de Deus nos corações das pessoas (I Pe 3:8-11); e

3º) FUTURO - O Reino de Deus (PARTE INVISÍVEL, ESPIRITUAL, INTERIOR)se MESCLARÁ com o Reino dos Céus (PARTE FÍSICA, VISÍVEL, EXTERIOR) NA SEGUNDA VINDA DE CRISTO (Mt 6:10) - Quando assim oramos estamos, essencialmente, orando por duas coisas:

A) O DOMÍNIO DE DEUS NOS CORAÇÕES (OU REINO DE DEUS); e

B) PELA VOLTA DE JESUS PARA IMPLANTAÇÃO DO REINO DOS CÉUS NA TERRA (Apc 10:07 comparar 11:15-18 comparar com Ef 5:5).
 
 QUEM ENTRARÁ NO REINO DOS CÉUS:

1) Os pobres de espírito (os humildes) - Mt 5:3
2) Aquele que faz a vontade de DEUS-PAI - Mt 7:21
3) O que lança mão do arado e não olha para trás (os perseverantes) - Lc 9:62
4) Os nascidos de novo - Jo 3:3
5) Os que passam por aflições ou tribulações - At 14:22; II Ts 1:3-5
6) Os lavados, santificados e justificados - I Cor 6:9-10

 O REINO DE DEUS VIRÁ COM PODER - Mc 9:1; I Cor 4:20; Apc 11:17; 12:10; 19:6


Na Santa Paz do Senhor.

Xavier Campos Joaquim

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Um Verdadeiro Avivamento




Por Geraldo Carneiro

Muitos demonstram interesse na questão do avivamento, comentando sobre essa necessidade na Igreja. No entanto, precisamos saber que tipo de avivamento queremos, porquanto há um grande número de ideias destoantes acerca do assunto. Para muitos, avivamento: são decisões por Cristo; para outros, dons espirituais; para outros, entusiasmo e outros pensam que é puramente santidade. Se queremos orar e trabalhar em unidade, precisamos ter um ponto de vista definido. Para isso, devemos examinar as Escrituras. 


 EXEMPLO PERFEITO DE AVIVAMENTO
 
Leiamos At 2:1-12 - Aqui encontramos o exemplo perfeito de um genuíno avivamento. Não pensamos que todo avivamento seja exatamente igual a esse. Mas há princípios ou sinais que realmente são comuns aos outros avivamentos. Desse texto podemos extrair: 

          O AVIVAMENTO NÃO ESTÁ SOB NOSSO CONTROLE; ESTÁ SOB O CONTROLE DE DEUS – “... de repente...” - Não podemos "usar" o Espírito Santo. Não podemos "programar" um avivamento; não podemos datá-lo; ele é um ato soberano de Deus. 


                  O AVIVAMENTO NÃO É PRODUZIDO PELO HOMEM – “... veio do céu...” - Este é realmente o ponto fundamental. Muitos se preocupam com o evangelismo, com o estado de mornidão e o pequeno número de conversões. É até uma justa preocupação. Porém, ficam ansiosos por descobrir o impedimento e querem fazer algo a respeito. O grande problema é: O que é esse algo? 
 
Em geral, os crentes pensam em certos métodos ou estratégias: precisamos orar mais alto; devemos chamar certos preletores para a Igreja; devemos iniciar um culto de libertação ou fazer a reunião de oração de um outro jeito. Há os que crêem que se tivermos certos dons espirituais, a Igreja será avivada; e ainda há os que pensam que uma série de estudos sobre avivamento é a chave correta! 
 
Ora, não há dúvida de que cada um desses métodos pode ser usado por Deus para despertar e avivar a Igreja. A grande falha está em não percebermos que Deus não está preso a nenhum método. Deus não depende da aplicação, por nossa parte, de certas técnicas espirituais. O verdadeiro avivamento é algo que está nas mãos de Deus e não pode ser produzido por nossos métodos. Se queremos um genuíno avivamento, temos de esperá-lo vir dos céus. Não temos que produzi-lo! 


Então, o que podemos fazer? Podemos interceder, podemos nos arrepender dos pecados, podemos ter vida de oração, podemos ser fiéis na obra de Deus, podemos parar de acusar os líderes e tirar a trave que está nos nossos olhos, podemos amar e servir nossos irmãos e podemos nos humilhar até o pó diante da soberania absoluta de Deus na questão do avivamento.
Não adianta imitar avivamentos. Temos de ter fé e perseverança para buscar a Deus e crer que o avivamento descerá dos céus.


                    O AVIVAMENTO BÍBLICO É UMA EXPERIÊNCIA COM DEUS – “... Todos ficaram cheios do Espírito" - Esse é o problema com os avivamentos que encontramos por aí. Os crentes não estão buscando uma experiência pessoal e profunda com o próprio Deus. Eles só querem ver, só querem assistir a estudos bíblicos excelentes, milagres, um grupo de louvor ungido, um pregador que pula, grita e levita diante o púlpito. E assim as Igrejas se parecem com teatro: As pessoas não vão para participar; vão para assistir. Não adianta simplesmente imitar essas coisas. Se quisermos um avivamento genuíno, devemos esperá-lo vir diretamente dos céus!


                   O AVIVAMENTO É UMA EXPERIENCIA COMUNITARIA, OU DO CORPO DE CRISTO - As línguas de fogo pousaram "sobre cada um deles" e então "todos ficaram cheios" - Essas expressões, "cada um" e "todos" nos dizem muita coisa sobre a vontade de Deus. Deus não quer se expressar através de apenas alguns indivíduos; Deus quer o corpo, ou seja, Ele quer usar toda a Igreja. Todos são sacerdotes. Não há lugar para estrelas na nova aliança. 


Essa é, no entanto, a tentação de muita gente. O que os crentes esperam, não raramente, é um derramamento do Espírito no modelo do AT. O que eles esperam é que Deus de repente irá levantar um "Moisés" ou um "Josué", um profeta que será cheio do Espírito para conduzi-los à terra prometida. 


Nesse modelo, não são todos cheios do Espírito. Só os líderes. Eles devem ser ungidos e santos. Nós não. Nós somos os seguidores. Vamos atrás e recebemos as bênçãos.
Sem dúvida, Deus pode levantar um líder assim, mas isso não é avivamento. Isso não cumpre o propósito de Deus; porque o propósito de Deus é a Igreja, o corpo. O avivamento da Igreja não é um punhado de líderes ungidos e um monte de seguidores. Não! O avivamento Bíblico da Igreja é um corpo de pessoas cheias do Espírito Santo. Não poucos, mas cada um. Cada crente cheio, fortalecido e ungido com o Espírito. Não um profeta Moisés, que anda com Deus enquanto os outros assistem, mas uma companhia de discípulos cheios do Espírito, tanto líderes como liderados.

                    O AVIVAMENTO TRAZ A MANIFESTAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS – “... Vossos Filhos Profetizarão!” - Como se pode verificar nos Vs. 3 e 4, no momento do derramamento do Espírito, ocorreu uma distribuição de graça. Sobre cada um repousou uma língua de fogo, e depois eles foram capacitados a falar em línguas. Mais à frente, Pedro cita o profeta Joel.  

No A. T., a capacitação para a obra de Deus e a concessão de dons espirituais se limitava a alguns homens escolhidos: profetas, reis, sacerdotes e juízes. O povo, em geral, não experimentava o derramamento do Espírito. Mas a promessa de Deus, para a nova aliança, é que o Espírito seria dispensado a todos; os dons espirituais, também. 

Uma característica fundamental do derramamento do Espírito é a distribuição de dons espirituais a todos os crentes. O que Joel diz da nova aliança, é que todos devem ter dons. É o que Paulo nos ensina em 1 Co 12:7-11 e 14:26. Os dons estão distribuídos entre todos, e não para algumas estrelas. A distribuição livre de dons, e a manifestação do Espírito é um sinal de avivamento genuíno.

                    O AVIVAMENTO TRAZ O ARDOR MISSIONÁRIO - Raramente nos damos conta disso, mas a distribuição de línguas em At 2 foi um milagre transcultural - O Dom de línguas não é, em geral, compreensível. O próprio Paulo ensina que só deve ser usado na Igreja com interpretação. Mas o que se observa em At 2 é que as línguas faladas eram a dos estrangeiros que estavam em Jerusalém (Vs. 5-12). Isso mostra o desejo de Deus de alcançar essas pessoas de outras nações.
Jesus já havia dito que a finalidade do poder do Espírito descer sobre nós é sermos transformados em testemunhas, capacitadas para falar a Palavra. É o que aconteceu em At 2; depois da pregação de Pedro, converteram-se 3000. 


Mais à frente, vemos os crentes orando e sendo cheios do espírito, e assim capacitados a pregar (At 4:31), e por todo o livro de Atos, o Espírito move a Igreja a evangelizar e fazer missões. A Igreja dos primeiros tempos era marcada pelo ardor missionário! 

Uma Igreja avivada é uma Igreja que tem sede de evangelizar e tem compaixão pelos que se perdem. Uma Igreja avivada não está preocupada com banalidades, mas com a missão. Muitos crentes querem o poder do Espírito para ver milagres, não para salvar almas. Querem receber bênçãos, mas não ser uma bênção. Tudo isso apaga o Espírito. Evangelismo e missões são uma marca indispensável do avivamento genuíno.


CARACTERÍSTICAS BÁSICAS PARA REALIZAÇÃO DE UM AVIVAMENTO

Leiamos Hc 3:1-2 e vejamos:

             ORAÇÃO PROFUNDA - "Oração do profeta Habacuque" - Oração pessoal, a partir do profeta de Deus. Todos devem orar muito por um avivamento poderoso, glorioso e soberano, enviado por Deus.
Todos os avivamentos da Bíblia e da história da Igreja foram marcados e conservados na atmosfera da oração, jejum, arrependimento, confissão espontanea, quebrantamento de espírito, humilhação diante de Deus e santidade. Precisamos intensificar também a nossa oração pessoal intercessória pela obra de Deus, como fez Habacuque.


               LOUVOR - "Sobre sigionote" - Trata-se de um termo musical plural, cujo singular é "sigaiom". Indica CANTAR ANIMADAMENTE. Uma Igreja reavivada inclui abundante "música de Deus" (1 Cr 16.42).
Em inúmeras Igrejas, a verdadeira música sacra morreu; seu espaço é preenchido com música e canto tipo passatempo, diversão, animação; sem peso, sem mensagem, sem vida, sem unção, sem melodia, sem graça, sem oração, sem endereço, sem nada.
Devemos orar para que tenhamos outra vez no culto a música realmente sacra, santa, bíblica, espiritual; os louvores que brotam primeiro como fontes do coração crente, da experiência vivida e encarnada na vida devocional da cada um de nós – Ef 5:19.


               A PALAVRA DE DEUS - "Ouvi, Senhor, a tua Palavra" - A Palavra de Deus abundante, fluente, poderosa, revigorante e renovadora é o grande agente divino para o avivamento.
Hoje a Palavra saiu dos púlpitos da maioria das Igrejas e foi substituída ardilosamente e quase sempre por música, festas e outros tipos de apresentações.
Os caps. 8 e 10 de Neemias descrevem um dos maiores avivamentos do A. T. O avivamento teve início mediante um autêntico retorno à palavra de Deus e um esforço decisivo para a compreensão da sua mensagem (v.8), durante sete dias, seis horas por dia, Esdras leu o livro da lei (vv. 3, 18).

Uma das principais evidências de um avivamento bíblico entre o povo de Deus é a grande fome de ouvir, ler e estudar a palavra de Deus.


               TEMOR DE DEUS - "E temi" - Sem renovação espiritual constante na sua vida, o crente perde aos poucos o repúdio ao pecado, sua sensibilidade espiritual diminui e o temor de Deus também. Isso afeta seriamente as coisas de Deus, os valores espirituais, principalmente a santidade de vida e a retidão no viver cotidiano.


               RENOVAÇÃO ESPIRITUAL - "Aviva, ó Senhor, a tua obra" - Precisamente falando, avivar, tem a ver com quem já morreu; reavivar, com quem ainda tem vida. Vários membros da Igreja de Sardes tinham nome no rol dos vivos, mas estavam mortos espiritualmente falando (Ap 3.1). 

Que é avivar espiritualmente? É uma operação soberana, irresistível e sobrenatural do Espírito Santo na Igreja para trazê-la de volta ao real Cristianismo bíblico, como retratado em Atos dos Apóstolos. Ao avivar e reavivar a Igreja, Deus salva crentes inconversos, liberta os crentes carnais, realiza prodígios e milagres, levanta os caídos, salva multidões, os crentes buscam a vida santificada, os perdidos buscam a salvação e prevalece o espírito de unidade de alma entre os crentes – Jo 6:66-67.


            Lv 6:13 - Avivamento é o estado constante da Igreja, abrasada pelo glorioso fogo do Espírito Santo. Na  Bíblia,        alguns símbolos do fogo são:

      A proteção de Deus – Ne 9:16; Zc 2:5
       A palavra de Deus – Jr 5:14; 23:29
      O Espírito de Deus – Is 4:4; At 2:4

Portanto, o avivamento que devemos buscar é aquele que reacenda o pavio fumegante e torne a igreja numa grande e gigantesca obra amada por Deus, respeitada por satanás e temida pelos adversários.

sábado, 4 de junho de 2011

Pentecostes em Nossos dias é Uma Realidade?




( Obs:Igreja pentecostal que nos referimos nesse post não tem nada haver com as denominações ditas ''pentecostais'') 

Uma Igreja pentecostal é aquela que segue o modelo apresentado no Novo Testamento, demonstrando ser herdeira da essência cristã da Igreja primitiva.

 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE UMA IGREJA PENTECOSTAL

      ESPERA NAS PROMESSAS DE DEUS - Lc 24:49 - Deus promete e cumpre com as Suas promessas. Ele enviou o Seu Espírito para guiar e fortificar a Sua Igreja.
·     OBEDECE AOS MANDAMENTOS DE CRISTO - At 2:1 - Estavam reunidos no mesmo lugar, mostrando observância e respeito pela palavra de Cristo. Isso evita a pressa em fazer a vontade própria e as distorções cristãs.
·          É SUJEITA A DEUS E AOS SEUS MISTÉRIOS – At 2:2-13 - Devemos ser sujeitos ao Senhor, deixando Ele estabelecer os propósitos da Igreja.
·          É TOMADA DO SENTIMENTO DE CORAGEM – At 2:14 - Antes, haviam negado e fugido; agora, não temem pela própria vida.
·         PREGA AO MUNDO O CRISTO CRUCIFICADO E RESSURRETO - At 2:23-24 - Devemos retornar a esta pregação cristocêntrica em nossos púlpitos, evitando-se as heresias baseadas em fábulas modernas.
·          CRESCE NUMERICAMENTE E EM QUALIDADE – At 2:37-42 - Notemos: o que levou as pessoas à conversão foi a pregação da palavra de Deus. Uma Igreja que ensina e prega a Bíblia, cresce numericamente e qualitativamente.
·       PERSEVERA NAS COISAS DE DEUS – At 2:42-47 - Na Doutrina; na Comunhão; no Partir do pão; nas Orações; no Compartilhar dos bens; no Louvor a Deus. Muitas são as atividades da Igreja, mas não podemos nos descuidar da sua essência.

 CARACTERÍSTICAS DO FALSO CULTO PENTECOSTAL:
·        
I Rs 18:20-40:


      É SEGUIDO PELA MAIORIA (Ex 32:1; I Rs 18:22, 25) - Tenhamos o cuidado da Igreja crescer no número de pessoas, no número de invenções e PERDER EM SANTIDADE, NO CARÁTER E NA FIDELIDADE. (Mt 7:13-14). Precisamos, urgentemente, lembrar esta verdade solene: A MAIORIA SE PERDERÁ. Foi assim na época de Noé.

       É AQUELE QUE TEM UM FOGO FALSO  (Ex 32:24; I Rs 18:25) - O FOGO DEVE VIR DO CÉU. DEUS NÃO ACEITA FOGO ESTRANHO EM SEU CULTO. Mesmo conhecendo as Escrituras, temos admitido ao culto de Deus FOGO DE ENTUSIASMOS, fabricado por ANIMADORES; acrescentamos NOVIDADES AO CULTO, TORNANDO-O SHOW INCREMENTADO POR “NOVOS MOVIMENTOS” -  O que temos visto acontecer nos cultos DEUS NÃO PEDIU EM SUA PALAVRA! ELE NÃO É UM SER CHEIO DE CAPRICHOS. O CULTO A DEUS DEVE TER SOMENTE O FOGO DO ESPÍRITO, POIS ELE SANTIFICA E TRANSFORMA.

       É MOVIMENTADO (Ex 32:6, 19, 25; I Rs 18:26-28) - O culto a Deus é chamado por Paulo de LOGIKEN, ou seja, RACIONAL ou SUPRA-SENSUAL (Rm 12:1-2). O Culto é FÉ, pois o justo viverá pela fé.

       É UM CULTO DEMORADO ou LONGO (Ex 32:6, 17-18; I Rs 18:29) - Muitos movimentos, muitas palavras, muitas repetições. O NOSSO DEUS É UM DEUS DE ORDEM, PAZ e HARMONIA. O Universo que Deus criou atesta que EM TUDO Deus mostra ordem e harmonia.

     O DEUS ADORADO NO FALSO CULTO PENTECOSTAL, NÃO RESPONDE (Ex 32:20; I Rs 26-29) - O falso culto é apenas movimentação física que resulta no vazio. É um teatro, um show, sem nenhum vínculo de vida prática. O falso adorador é mundano: vive mentindo, traindo, fazendo falcatruas, escandalizando, sem ética cristã. O FALSO CULTO É UM CULTO SEM ÉTICA.

 COMO ENFRENTAR O FALSO CULTO PENTECOSTAL:

       CONVICÇÃO - Para se enfrentar o falso culto, devemos,  na graça de Deus, termos muita convicção (Ex 32:16-21, 27; I Rs 18:17-21) - Antes de ver o fogo cair do céu, antes da grande vitória, Elias crê, está convicto, sabe quem é o verdadeiro Deus. Mas o povo NADA RESPONDIA

       DEFINIÇÃO - “SE É... SEGUI-O” (Ex 32:21-24; - Indefinição é característica do falso culto. O povo parecia não saber; estava na dúvida; não havia firmeza. Vivemos num tempo de indefinições. SER DEFINIDO É HOJE SER DOGMÁTICO; SER DOGMÁTICO É ALGO, HOJE, DETESTÁVEL. No entanto, NÃO PODEMOS FICAR NO MEIO TERMO: “SE BAAL É O SENHOR, SEGUI-O; SE DEUS É O SENHOR, SEGUI-O” - É hora de definição!

 O QUE FAZER PARA RESTABELECER O VERDADEIRO CULTO PENTECOSTAL:

       RESTAURAR O ANTIGO ALTAR - (Ex 32:19-20, 34:1, 4; I Rs 18:30) - Elias restaurou o altar de seus pais. O mesmo altar em que adoravam os seus antepassados. Há os que pensam que NOVIDADE é a marca do verdadeiro culto pentecostal. Pensam que algo para ser bom, tem que ser atual, novo. Criam preconceitos contra o antigo e se esquecem QUE NÃO HÁ NADA NOVO DEBAIXO DO CÉU. 

       CULTUARMOS COM BASE NA PALAVRA DE DEUS - (Ex 34:10, 27-28; I Rs 18:31) Elias mostrou precisão: USOU DOZE PEDRAS. NÃO USOU OUTRO MATERIAL. NÃO QUIS FAZER USO DE SUA CRIATIVIDADE. ELIAS OBEDECE E TUDO FEZ CONFORME A PALAVRA DO SENHOR.

       COLOCAR ORDEM NO TEMPO DO CULTO - (Ex 34:31-33; 35:1, 20; I Rs 18:36) - Deus havia determinado a hora do sacrifício e Elias obedeceu a Deus quanto o horário.

       O VERDADEIRO CULTO DEVE SER DIRIGIDO AO DEUS DA ALIANÇA - (Ex 34:5-9; I Rs 18:36) - O individualismo moderno criou deuses dos carismáticos: “O deus - irmão fulano”, “O deus - aquela Igreja”,  “O deus - missionário” , “o deus - cantor”. Ou seja, CADA UM TEM O SEU “CULTO” e o faz de acordo, NÃO COM BASE NA PALAVRA DE DEUS, mas de acordo com O MEIO ECONÔMICO, O MEIO ELETRÔNICO e a CRIATIVIDADE.

       NO VERDADEIRO CULTO, DEVE HAVER CLAMOR E ORAÇÃO DIRIGIDOS AO DEUS SOBERANO (Ex 32:30-33, 33:11-23; Ex 348-9; I Rs 18:36-37) - Para Elias, este Deus soberano era o Senhor absoluto do coração do povo (“PARA QUE ESTE POVO SAIBA QUE TU, SENHOR, ÉS DEUS”). É Deus quem convence, quem salva, que escolhe e que chama. TODO O UNIVERSO ESTÁ SOB O COMANDO DE DEUS.

       NO VERDADEIRO CULTO DEVE HAVER FOGO DO SENHOR - (Ex 24:16-18; I Rs 18:34, 38 cf Hb 12:18-20, 29) - Elias cria no Deus soberano. Ele encheu o altar com água e Deus mostrou Seu poder, contrariando as leis naturais, a fim de que o povo cego, visse.

       NO VERDADEIRO CULTO, O POVO RECONHECERÁ QUE SÓ O SENHOR É DEUS - (Ex 40:34-38; I Rs 18:39) - O que adoram a Deus não vivem titubeando; não seguem a maioria, pois esta, à luz da Palavra de Deus, entra sempre pelo caminho e porta largos (Mt 7:13-14)

       NO VERDADEIRO CULTO, O QUE É EMPECILHO DEVE SER ELIMINADO (Ex 32:27-29; I Rs 18:40) - Os falsos profetas podem causar danos, MAS NÃO TÊM PODER PARA DESTRUIR O VERDADEIRO CULTO AO VERDADEIRO DEUS. O VERDADEIRO CULTO SEMPRE TRIUNFARÁ E A GLÓRIA DE DEUS SERÁ RESTABELECIDA.


·         ASSIM, NO VERDADEIRO CULTO PENTECOSTAL...

1)       FOGO FALSO NÃO TEM LUGAR;
2)       NÃO SE CONFUNDE ENTUSIASMO COM LOUVOR;
3)       NÃO SE PROVOCAM EMOÇÕES PARA ALEGRAR O AMBIENTE;
4)       O ALTAR ANTIGO NÃO DEVE SER SUBSTITUÍDO, MAS RESTAURADO, PORQUANTO DEVEMOS SEMPRE NOS VOLTAR PARA A PALAVRA DE DEUS
5)       O VERDADEIRO DEUS DEVE SER ADORADO (O DEUS DE ABRAÃO, ISAQUE e JACÓ)

sábado, 21 de maio de 2011

Diferença entre Culto e Show




 O culto é um ato religioso através do qual o povo de Deus adora o Senhor, entrando em comunhão com Ele, fazendo-Lhe confissão de pecados e buscando, pela mediação de Jesus Cristo, o perdão, a santificação da vida e o crescimento espiritual. Todo culto, por mais poderoso e fervoroso que seja, sempre será uma demonstração de ordem e decência.

Culto ou Show ?

 Não é apenas a mídia que está usando a palavra “show” para se referir a alguns cultos. No meio evangélico já temos as expressões: “Show da Fé”; “Show gospel”, etc.
 No entanto, o que é show? E o que é culto?
 Segundo o Dicionário Aurélio:
SHOW é "um espetáculo de teatro, rádio, televisão, etc., geralmente de grande montagem, que se destina à diversão, com a atuação de vários artistas de larga popularidade, ou às vezes de um só".
CULTO é "adoração ou homenagem à divindade em qualquer de suas formas, e em qualquer religião".
Ora, a Igreja existe, não para oferecer entretenimento, encorajar vulnerabilidade, melhorar auto-estima ou facilitar amizades, mas para adorar a Deus. Se falharmos nisso, a Igreja fracassa.

Modismo Liturgico

 Em muitas Igrejas o tempo destinado à exposição da Palavra é cada vez menor e o tempo reservado aos “shows” é cada vez maior. Em alguns cultos já não há lugar para o antigo sermão, nem para algum substituto dele. A decadência do culto transformado em show leva obrigatoriamente a outros absurdos. Vejamos:• Certas práticas têm invadido as igrejas, tais como a “nova unção”, a “risada santa”, ”o cair pelo Espírito”, “o sopro santo”, “adoração a anjos”, “sessão de descarrego”, “a ingestão das ervas amargas” e outras inúmeras inovações que têm aparecido nos últimos tempos, inovações estas que, muito propriamente, estão sendo denominadas de “NEOBESTEIRAS”.
 São todas práticas que misturam feitiçaria, meninice, despreparo espiritual e, o que é primordial, ausência de exposição da Palavra de Deus.
 Tomemos cuidado, queridos irmãos, rejeitemos estes ventos de doutrina e não abandonemos a simplicidade que há em Cristo Jesus (II Cor.11:3). Deus não quer espetáculo, nem precisa de espetáculos para Se manifestar, mas atuará e Se manifestará sempre que tiver corações contritos e espíritos quebrantados dispostos a servi-Lo e adorá-Lo (Sl.51:17), dispostos a se arrepender de seus pecados e buscar uma vida de santificação (Hb.12:14; Ap.22:11).

O Culto na Igreja Primitiva era Espontaneo

 Leiamos I Cor 14:26; Ef 5:18-21; Cl 3:16-17 e analisemos:
 SALMOS – Hinos do Antigo Testamento cantados ao som de instrumento de cordas, como a harpa.
 DOUTRINAS – Exposição sistemática e lógica das verdades extraídas da Bíblia, visando o aperfeiçoamento espiritual do crente. O seu texto fundamental é a Palavra de Deus.
 REVELAÇÃO – Manifestação sobrenatural de uma verdade que se achava oculta.

 LÍNGUAS – Capacidade de se falar de maneira sobrenatural concedida pelo Espírito Santo, visando a consolação, exortação e edificação dos santos. Foi outorgado primariamente à Igreja com o objetivo de servir de sinal aos incrédulos. Serve tanto para edificação individual quanto coletiva. Individualmente, quando desacompanhada de interpretação. Mas, quando interpretada, adquire personalidade profética.

 INTERPRETAÇÃO – Exposição, explicação e esclarecimento de um determinado texto das Sagradas Escrituras.• DOM DE INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS – Dom sobrenatural concedido pelo Espírito Santo, cujo principal objetivo é transformar as línguas estranhas numa mensagem de edificação, exortação ou consolação à Igreja.
 HINOS – Cânticos de louvor a Deus.
 CÂNTICOS ESPIRITUAIS – Hinos cantados em línguas estranhas que, quando interpretados, continham palavras de exortação. A partir da interpretação, a Igreja Primitiva usava-os nos cultos.

As Partes Liturgicas do Culto
  Adoração de um Deus que é soberano, santo e justo – Esta parte do culto consta de orações e expressões de glorificação e exaltação do nome de Deus através de leituras da Bíblia. O início do culto é uma preparação, um verdadeiro convite ao homem para se colocar reverentemente diante de Deus (Apc 19:1-7).
 O reconhecimento de nosso estado de pecaminosidade e a necessidade de sentirmos o perdão de Deus – (Is 6:5; Sl 51) – A presença de um Deus santo nos leva a sentir a realidade de nosso pecado e a confessá-lo diante dEle.
 Momento congratulatório – Esta é a parte do culto em que expressamos diante de Deus os nossos sentimentos mais profundos de gratidão a Ele por todas as dádivas do Seu amor para conosco: bênçãos materiais diárias e constantes (Tg 1:17); pelo perdão de nossos pecados (I Jo 2:1-2); pela salvação alcançada através de Cristo (Rm 8:28-30) e pelas bênçãos espirituais recebidas por intermédio de Cristo (Ef 1:3) – Essa gratidão pode ser expressa através de leitura de textos bíblicos que falam de gratidão, de orações e cânticos de ação de graças.
 Momento de edificação – Este é clímax do culto, pois é o momento em que Deus fala de maneira especial e o homem ouve. É o momento da revelação da vontade do Senhor através da leitura da Sua Palavra ou da interpretação do texto bíblico pelo pregador. É a hora do comissionamento de Deus ao indivíduo particularmente ou à comunidade de uma maneira geral e coletiva. Este comissionamento tem os seguintes objetivos: convidar os ouvintes a aceitar a Cristo como seu Salvador e Senhor (At 2:37-40; Mt 11:28-30); convidar o ouvinte a participar do processo de sua edificação espiritual e conseqüentemente da edificação do corpo de Cristo (I Cor 14:4-5, 17-26); convidar o ouvinte a participar do ministério do Senhor (Is 6:8; Mt 28:18-20; Lc 9:1-2; Jo 20:21; At 13:4; 22:21; Rm 10:15).

Momento de dedicação – Esta parte do culto é a resposta do homem àquele comissionamento de Deus. Após ouvir a mensagem o ouvinte pode tomar várias atitudes: dizer “não”; dizer “depois”; ficar indiferente; aceitar a Cristo como seu Salvador; consagrar-se ao serviço de Deus para uma vida de mais piedade cristã, para dedicar os seus bens, o seu tempo e o seus dons ao Senhor e para participar do ministério da Igreja e da obra missionária do Senhor.

 A conclusão do culto – Esta é a última parte do culto, que deve ser rápida e impressionante, a fim de deixar no ouvinte o sabor de todo o processo do culto e no seu coração despertar aquele desejo de maior comunhão com o Senhor. A conclusão do culto é o desfecho final que deve deixar o ouvinte impregnado e impressionado com as realidades da vida espiritual, através de um apelo, de um hino, de uma oração e depois disso, segue-se a bênção e o amém.

Os Principais Elementos do Culto

Os elementos do culto são os meios usados pelo adorador para expressar o culto.
 A Bíblia Sagrada - Ela é a Palavra de Deus. Ela é o elemento mais importante do culto cristão, pois TODOS OS ATOS DE ADORAÇÃO DEVEM ESTAR BASEADOS NA PALAVRA DE DEUS. As verdades bíblicas devem modelar o ato de culto, bem como as idéias e o comportamento do adorador (I Sm 15:22-23; Mt 15:9). A bíblia aparece no culto sob diversas formas. As principais são:
 A Leitura (INDIVIDUAL, CONJUNTA ou ALTERNADA) - I Tm 4:13; I Ts 5:27; Apc 1:3
  A PREGAÇÃO; Lc 4:16-30• (1.3) - O CÂNTICO (CONGREGACIONAL, CORAL, CONJUNTOS, SOLOS) - Cl 3:16• (1.4) - AS SAUDAÇÕES - II Cor 1:-6; e
 AS BÊNÇÃOS PASTORAIS. II Cor 13:13
 Por exemplo: - Ne 9:1-5 - Os israelitas leram o Livro da Lei do Senhor durante três horas e passaram outras três horas confessando os seus pecados e adorando o Senhor. Imitemos, pois, os bons exemplos registrados na Palavra de Deus.
  A ORAÇÃO - Orar é cumprir uma ordem do Senhor (Lc 18:1; I Ts 5:17). A oração é indispensável ao cristão, que deve praticá-la individualmente e coletivamente (Mt 6:5-8; At 12:12 cf Rm 8:15; Gl 4:6). A Bíblia ensina que a oração faz parte do culto particular e público.
  - As orações nas reuniões da Igreja, devem ser uma constante (At 1:14; 4:24; 12:5; 21:5; Lc 1:10; Mt 18:19)
  - As orações devem ser dirigidas a Deus (Mt 4:10)
  - As orações devem ser feitas por meio e em nome de Jesus (Ef 2:18; Hb 10:19)
  - As orações devem ser acompanhadas de humildade e ação de graças (Gn 18:27; Fp 4:6; Cl 4:2)
  - As orações podem ser feitas em silêncio ou audivelmente, nas posturas diversas (Mc 11:25; At 20:36; Mt 26:39; I Tm 3:8)
   A MÚSICA - Também se destaca como um elemento indispensável ao culto. A Igreja sempre usou hinos e cânticos na expressão do seu culto (Rm 15:9; I Cr 14:15; Ef 5:19; Cl 3:16; Tg 5:13; Apc 5:9; 14:3; Mt 26:30)
  - OS SACRAMENTOS - Os sacramentos são santos sinais e selos do pacto da graça, imediatamente instituídos por Deus, para representar Cristo e os seus benefícios e confirmar o nosso interesse nele, bem como para fazer uma diferença visível entre os que pertencem à Igreja e o resto do mundo, e, solenemente, obrigá-los ao serviço de Deus em Cristo, segundo a Sua palavra. HÁ SOMENTE DOIS SACRAMENTOS INSTITUÍDOS POR JESUS:

 - O BATISMO - Mt 28:19; e
 - A SANTA CEIA - Mt 26:26-30.
 - OFERTAS - O ato de ofertar e contribuir faz parte do culto. A oferta sempre foi um elemento integrante da adoração a Deus e uma expressão de fidelidade (Dt 12:4-7; Ml 3:10; Mc 12:41-44; II Cr 8:12-18; Hb 13:16). Nosso progresso espiritual depende de ofertarmos a Deus - I cor 9:5, 10.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Atualmente, a Igreja é o Israel de Deus (Gl. 6:16), a nação santa que veio substituir Israel na dispensação da graça como povo anunciador da salvação de Deus aqui na Terra (Mt. 16:18; Ef. 2:13-22; I Pe.2:9).

 A Bíblia afirma que, quando a Igreja se reúne, deve haver, na devoção coletiva, salmo, doutrina, revelação, língua e interpretação, tudo com o propósito de edificação (I Cor. 14:20).
 Em sendo assim, deve a Igreja reunir-se coletivamente para adorar ao Senhor e, através desta adoração, mostrar a glória de Deus a todos os povos, para que eles, com temor e tremor, creiam em Cristo como seu único e suficiente Salvador (I Cor. 14:24, 25).